Perseguição e descoberta!

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O braço direito de Sophia tira o carro, como ela o ordenou e a entrega as chaves, andando lado a lado com a patroa.

Zé Victor e Mariano precisam, praticamente, correr para alcançá - la, tamanha a vontade que ela tinha de pôr as mãos em Agno.

Enquanto Sophia se aproxima do carro, Agno encara alguns problemas com o seu: a chave parecia querer engasgar a cada vez que ele tentava girá - la na ignição. Além disso, sua parceira não desistiu de lhe dar um belo sermão ao telefone. Sem aguentar tanta pressão, ele grita desesperado:

__ Chega! Será que eu posso ter um pouco de sossego para acertar essa porcaria de chave e dar o fora daqui?

Conforme os garimpeiros caminhavam em direção ao carro, as três garotas, que aceitaram a carona de Gael, se jogam encima de Mariano, que se esquiva, quase que instantaneamente:

__ Ei, gracinhas: não é nada pessoal, mas não vai rolar! Eu não tô, digamos assim, disponível!

Dentro do carro, Sophia estranha a demora dos homens e, impaciente, volta ao garimpo, a tempo de ouvir a resposta de Mariano às três caveiras desnutridas, como ela as chama carinhosamente. O trio anda derrotado e cabisbaixo até o carro de Gael, depois da recusa do homem. Os passos das ninfetas são interrompidos, graças a chegada de Sophia, que as alerta intercalando os olhares entre Mariano e os outros.

Ao cruzar o olhar com o dele, o foco de Sophia passa a ser o garimpeiro e, por mais que ela se esforce em disfarçar, qualquer um que veja a cena, consegue perceber que ela o olha como um predador faz com sua presa:

__ Não se metam com nenhum dos meus garimpeiros, entenderam bem? Ou preferem que eu mande fechar aquele lugar horroroso, aonde vocês dizem que trabalham? Eu tenho todas as condições para fazer isso, se eu quiser!

As três a imploram, para que não fiquem sem emprego e Sophia acaba cedendo:

__ Dêem o fora daqui AGORA, antes que eu mude de ideia! Sem olhar para trás! Vão!!!!

Lívia tem a confirmação que tanto queria, enquanto Gael se inquieta com a demora das três:

__ Vamos logo, senão eu não pago o que devo a nenhuma das três!

A Madame assume a direção do carro, enquanto Mariano e Zé Victor se acomodam no banco detrás e Rato, no carona. Ela dirige, como se estivesse em uma pista de corrida, o que obriga os homens a segurar firme no estofado. Zé Victor, um pouco ofegante, questiona o amigo, cutucando Mariano:

__ Será que o plano da patroa é matar a gente junto com o cozinheiro e largar os corpos por aí? Três numa tacada só?

Mariano acha graça do desespero do amigo e provoca:

__ Qual foi, Zé? Um pouco de emoção faz bem a saúde, irmão!

__ Ei! Falando em emoção, não sei como cê não se desmanchou de chorar igual mulherzinha, quando a patroa mandou aquelas três beldades gostosas (que você rejeitou, porque, com certeza, enlouqueceu, só pode), ficarem longe dos garimpeiros dela! Mas nós dois sabemos, que ela falava era de você!

Mariano não esconde um sorriso com o discurso do amigo e, curioso, pergunta:

__ E eu sou frouxo, desde quando, Zé Victor? Não sou homem de ficar me desmanchando, não! Mas, diz uma coisa aqui pra mim: Cê acha mesmo, que ela tava morrendo de ciúmes de mim? Ah, como eu queria que fosse verdade!

__ Pode apostar que é! Quem diria, Mariano, um ex garanhão, derretido igual sorvete pela patroa! Que papelão, viu?

Mariano acerta a nuca de Zé Victor, que reclama, mas o ignora.

Fire, Gasoline And Secrets - Soriano Onde histórias criam vida. Descubra agora