"Cuidado para não se apaixonar!"

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A tempestade torrencial voltou a cair com toda a força durante a madrugada, acarretando em um piscar de luzes e ventania por toda a cidade.

Um alerta foi emitido, para que todos permanecessem em segurança e não saíssem de casa até segunda ordem.

Na Mansão, os empregados se apressavam em conferir se todas as janelas estavam devidamente fechadas, e não se preocuparam com o barulho que faziam, acordando a todos da casa.

Sophia é a primeira a descer as escadas, vestida em um hobby preto e com o humor azedo:

__ Será possível, que eu não tenha um momento de sossego nessa casa? Vocês e essa chuva estão sendo muito incovenientes!

Lívia e Gael olham para Maria e tentam acalmá - la, ao ver a pobre empregada tremendo por ter levado a bronca da patroa. Para distraí - la, pedem algo para beber e a acompanham até a cozinha.

Sophia cruza a Sala de Estar se sentando no sofá e apertando o botão "ligar" no controle remoto, a fim de saber se há alguma previsão do temporal cessar.

Enquanto isso, Mariano e os garimpeiros decidem parar os planejamentos para as explorações de Esmeraldas, pois ficar exposto a raios e trovões poderia ser perigoso e lhes custar a vida.

Cada trabalhador procura se abrigar como pode, e Mariano vai ao "cantinho", pois é um local coberto e sem grandes riscos.

A Dona de Esmeraldas se atenta as notícias, que não eram muito animadoras! Segundo a repórter, a tempestade causaria estragos sem precedentes e vai continuar durante toda a madrugada, podendo chegar ao amanhecer.

Lívia e Gael voltam aos seus quartos, pois de nada adiantaria passar a noite em claro, enquanto Sophia permanece no sofá. Maria, um pouco receosa em falar com a patroa, oferece:

__ Dona Sophia! Desculpe incomodar, mas a Senhora quer que eu busque um cobertor?

__ Vá buscar depressa!

Sozinha na Sala, a dondoca se deixa levar por lembranças, que estavam totalmente fora de seu controle! Mariano a invadiu os pensamentos, sem nenhum aviso. Ela se recorda dos beijos e toques precisos do garimpeiro, como se já a conhecesse há muito mais tempo, e repousa as mãos no pescoço, ainda dolorido e devidamente protegido por um xaile.

Maria retorna à Sala trazendo o cobertor para a patroa, que não demora a aquecer o pequeno corpo. Um trovão cruza o céu causando um estrondo, o que faz com que a mulher abrace ao próprio corpo.

No garimpo, Mariano pensa em Sophia e abre um sorriso travesso, enquanto busca por algo que o aqueça do frio. Encontra uma fina coberta, que não adiantaria de muita coisa, mas que era melhor do que ficar com sua camiseta de telinha. Cheira a peça, que ainda tinha o perfume de Sophia, e se recrimina:

" Mariano, Mariano! Larga essa blusa pra lá, homem!"

Apesar da grande tempestade, Sophia e Mariano conseguem adormecer, ainda que, vez ou outra, se sobressaltem com o intenso barulho dos trovões.

Amanhecendo o dia, a mulher percebe que a tempestade estava mais fraca e se apressa a subir as escadas e se arrumar, abandonando a coberta encima do sofá.

Os empregados, acostumados ao ritmo da patroa, preparavam tudo para o desjejum.

Enquanto isso, Mariano dobrava o fino cobertor e chamava os outros a trabalhar, pois todos ali conheciam bem o temperamento de Sophia:

__ Bora acordar, bando de preguiçosos!

Zé Victor, Xodó e Rato estranham o bom humor matinal de Mariano, mas concordam com ele quanto ao humor da patroa.

Fire, Gasoline And Secrets - Soriano Onde histórias criam vida. Descubra agora