Capítulo 2
Amanda
Por Deus, como posso ser tão retardada desse jeito, me diz?
Questiono pela centésima vez enquanto caminho de volta para o quarto, após ter esquecido de buscar o meu violão, sendo que só voltei por causa dele.
Violão. Violão. Violão. Não esquecer do bendito violão, Amanda!
Repito mentalmente até a porta, encontro o bonito em cima da cama, do mesmo jeito que deixei mais cedo, exatamente para não esquecê-lo.
— Achei você! – Digo para a capa do violão, meu grande xodó. Confiro o relógio de cabeira e me certifico de que não estou atrasada, não precisarei correr feito desesperada para não chegar atrasada, desço as escadas, tranco a porta da entrada e sigo de volta para o meu carro.
Dirijo tranquilamente pelas ruas tranquilas de Lawrians, uma pequena cidade no interior da Virgínia, onde a grande maioria das pessoas se conhecem e sabem até seu ID se você não tomar cuidado, não me interpretem mal. São boas pessoas, mas gostam de falar e saber da vida alheia, e isso não é muito a minha praia.
Entro no estacionamento da igreja e procuro por uma vaga.
Desço colocando a alça da capa do violão sobre o ombro direito e minha bolsa na outra mão. Travo o carro e caminho em direção a entrada da igreja, tenho cinco minutos antes dos trinta minutos que o Nam nos pede para chegarmos, e me dou ao luxo de não correr, já que corria o dia inteiro de um lado para o outro, quando estagiava.
Vida de estagiário não é fácil.
Cumprimento o irmão Gutemberg e pergunto se Allie e Candy virão para o culto, suas duas filhas pequenas e ele me garante que sim. Encontro Bridie, ou Brigith, como quiser, minha melhor amiga e minha segunda líder do departamento infantil, minha ajudante e auxiliadora, quando o conjunto das crianças é convidado para cantar, mas no momento estou no altar. Entrando na sala de acolhimento, onde os pais deixam os filhos para poderem assistir ao culto tranquilamente.
Corro desajeitada até ela e lhe dou um susto.
— Búúú! – Ela dá um pulo e olha com os olhos arregalados para mim.
— Filha de uma boa mãe! – Bate em meu ombro e eu a abraço.
— Como você está? Tudo certo para hoje? Precisa de ajuda no acolhimento? No louvor? Com as lembrancinhas? – Indago, vendo ela revirar os olhos, toda abusada.
— Estou bem, tudo certo, não, não e não. Está tudo ok. Não preciso de ajuda, vá e assista ao culto por mim. Já organizei a sala. – Aponta para as três mesas compridas, recheadas de caixas de lápis de cor, giz de cera, folhas A4 e desenhos para colorir. Sorrio comigo mesma. É claro que está tudo bem.
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Nossa Canção [CONCLUÍDA]
SpiritualitéObra Concluída. ✔ Livro I Devon Coleman é um jovem arquiteto cheio de vida, no auge dos seus 25 anos, ele pode dizer que já aproveitou de tudo e mais um pouco. Com um carro do ano, garotas para quando, onde e como quiser, presença VIP em todas as fe...