Capítulo 18 - Devon

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Capítulo 18

Devon




Estou em um jardim com diversas espécies de flores, com lindos pomares, onde uma luz muito forte e brilhante pode ser vista de longe no horizonte. Uma sensação de lar, de estar em casa me preenche e eu tenho quase certeza de que morri no acidente.

— Achas mesmo que está morto, filho? – Uma voz forte e potente ecoa por todo o jardim.

E eu caio de joelhos emocionado.

Não pode ser...

— Por que não pode ser, Devon? Você não tinha pedido um minuto a sós comigo? Não queria ter mais de mim? Ouvir minha voz face e face como todos os outros? Não queria criar suas raízes em minha palavra, mas sentia a necessidade de se firmar e ter um encontro real comigo? É por isso que precisei proporcionar esse momento contigo, filho. Para que pudéssemos nos encontrar face a face e você tirasse desse nosso momento o seu grande testemunho de vida.

Um choro doloroso e sofrido sai de dentro de mim, como se estivesse rasgando-me ao meio. Comprimindo meu peito à medida que as lagrimas quentes, grossas e pesadas caiam por meu rosto.

— Eu pequei contra ti, Deus. Não sou digno de estar diante da tua presença.

De repente pés infantis param diante de mim.

— Levante-se filho. Não estou aqui para apontar seus erros e falhas, isso é trabalho para Satanás. A partir de hoje quero ter momentos contigo, quero que desfrute da minha presença, tenha um encontro real comigo. Para que quando as adversidades, provas e tribulações vierem futuramente, você saiba exatamente como lidar com todas elas. – Ergo meu olhar e um menino, de mais ou menos uns 8 anos se abaixa, me oferecendo sua mão, para que eu me levantasse e o seguisse. Tem os cabelos e os olhos negros, pele alva e lábios rosados, é forte e me lembra alguém.

— Não morri, então? – Encaro o menino, e ele nega sorrindo.

— Definitivamente não. Você irá passar alguns instantes comigo, mas que parecerá dias no seu mundo.

"How great is our God, sing with me

How great is our God, and all will see

How great, how great is our God"

Essa voz...

— É da minha filha Amanda, ela está ao lado do seu leito, do seu corpo material, em coma no hospital, cantando para você. Vamos continuar? – Sorrio em meio as lagrimas, ao saber que ela estava ao meu lado, por mais que não pudesse vê-la, eu podia ouvi-la. — O que quero te mostrar aqui hoje não é algo que eu saia mostrando para todos, mas como você é um caso especial, gostaria que visse a grandiosidade das minhas obras. – Ele me mostra o imenso e vasto jardim, com pássaros, um riacho mais à frente e eu só consigo ver seu grandioso poder. — Tudo isso pertencia a Adão e Eva no jardim do Éden, mas por culpa das mentiras da serpente e de Eva que não estava devidamente firmada em minhas palavras e promessas, eles foram retirados do paraíso.

— Deve estar se perguntando o que tem a ver com isso. – A criança ergue o olhar da paisagem e me observa — Assim como Eva, você sofreu por muitos anos por causa das mentiras da serpente, não conseguiu ter uma aproximação comigo, deixou de me ouvir sussurrar em seu ouvido o quanto era importante e valioso para mim, e em como meus braços sempre estiveram abertos para o receber, perdeu por nada a garota que amava, e se sujou com as coisas do mundo, o que quero te dizer é que a partir de hoje, estou restaurando o meu jardim em sua vida, estou lhe dando uma segunda chance, para recomeçar, para anunciar a minha palavra e terá tudo isso como benefício, quero que esteja devidamente preparado para quando sair daqui, a vida espiritual é constituída de momentos íntimos comigo, e na palavra, para que nenhum vento ou palavra errada te tire da minha presença. Quero que se lembre de toda a minha grandiosidade e de todas as coisas que pode ter ao meu lado, como meu filho, meu adorador, quando o mundo vir te fazer ofertas que julgam ser irrecusáveis, você saberá rejeitá-las e dizer que o seu Pai te oferece coisas muito melhores.

Nossa Canção [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora