Capítulo 11 - Parte 1

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Clímax - Parte 1


Você sabe o quão magoada eu estou?
Desiludida até...

Nunca ponderei a hipótese de você me abandonar, ainda mais me trair...
Eu não sou suficiente para você?

Por mais que a nossa relação seja recente, eu sei que o sentimento que tínhamos um pelo outro era colossal. Um amor tão intenso, profundo e benévolo. Pelo menos era isso que eu sentia.
Por mais recente que fosse...
Foi você que esteve lá para mim quando a minha vida desabou, você se tornou o meu braço direito em tudo.
Eu me sentia segura a seu lado. Eu me sentia amada a seu lado. Eu me sentia eu a seu lado.

Mas você decidiu nos abandonar e eu apenas tenho de aceitar a sua (terrível) decisão.

- Madame? - Respiro fundo e deixo de olhar para a pequena janela oval do jato privado para olhar para a aeromoça. - Dentro de breves instantes estaremos pousando no aeroporto internacional John F. Kennedy. Peço que mantenha o encosto da sua poltrona na posição vertical... - Finalmente estamos chegando, foi uma viagem de quatro horas, mal posso esperar para respirar o ar nova iorquino.

(...)

Entro dentro do Bentley branco e espero que Kenneth faça o mesmo.

- Está nervosa?

- Nervosa com o quê? - Continuo escrevendo uma mensagem para o meu pai avisando ter chegado bem.

- Com a gala dessa noite, do que mais seria?

- Nem um pouco, já estou habituada a esse tipo de festividades. - Dou de ombros. - E você?

- Um pouco nervoso. As galas nova iorquinas não são as mesmas que as londrinas, temos de admitir. - Rimos. - Eu não queria tocar nesse assunto mas preciso de o fazer. Você acha que Hendrick virá à gala?

- Porque diabos ele viria? Laurance Brumontt pediu a minha presença, não a de Bullevard. - O motorista dá partida para o hotel.

- Sim, tem toda a razão, mas agora ambos são a potência máxima da Hammack Enterprise, abaixo do seu pai, é claro. - Espero que essa afirmação seja diferente dentro de poucas semanas. - Talvez Brumontt queira os representantes da empresa na sua gala...

- Penso que ele não virá. Mas pouco me ralo com a presença dele, estou fazendo o meu trabalho.

O motorista estaciona o carro à frente do hotel Four Seasons - escolhido pelo próprio Brumontt -. De seguida, o bagageiro abre a minha porta e me ajuda a sair do automóvel.

Enquanto tiravam a minha bagagem e a de Kenneth, aproveito para apreciar o dia ensolarado de Nova Iorque. O frenesim caótico dessa cidade já era habitual para mim, por mais que não esteja 24 horas nessa cidade, nem nesse país, oiço sempre a correria que é viver aqui pelas conversas que tenho com a minha mãe, que mora há já quase dezassete anos em Nova Iorque.

- Georgia, vamos? - Me viro para trás vendo que as nossas malas já estavam todas no carrinho porta-malas, sendo empurrado pelo concierge, e Kenneth estava parado à frente da porta do hotel, me esperando. Aceno que sim com a cabeça.

Entramos dentro do hotel, recebendo logo vários olhares dos hospedes e até mesmo da equipa do hotel.
Me dirijo até ao grande balcão de madeira maciça, da recepção.
O único barulho que ouvia, para além da música clássica de ambiente, era o eco dos meus saltos altos (da sola vermelha, como Kenneth gosta de dizer) Louboutin.

- Sejam bem-vindos ao hotel Four Seasons. - Deixo Kenneth prolongar a conversa com a recepcionista para eu poder apreciar os detalhes do edifício.

A sua arquitetura era diversa, inspiradora e vibrante - toda a área desde a entrada até à ampla sala de conveniência era rodeada de arte. Me lembrava da arquitetura mais clássica de Robert Stern.
Não é ornamentado, mas certamente é grandioso e um pouco imponente, enquanto as escadas ascendentes para a mesa de recepção parecem entrar em uma quadra alta e se aproximar do banco do juiz.

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