XV - masquerade party part final.

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Boa leitura!
Ponto de vista Roger Taylor.

Atravessei aquele amontoado de pessoas, esbarrando em alguém vez ou outra. Moonage Daydream estava tocando no último volume. Podia ser pela presença do álcool em meu corpo ou pelo fato de eu amar David Bowie, mas até fiquei com vontade de dançar.
Porém tinha aquela garota que falava com Freddie minutos atrás, fiquei imaginando quem era ela, eu queria muito descobrir. Gostei de suas botas brilhantes, elas combinavam com meus tênis.

Fiquei algum tempo dando voltas pelo apartamento, olhando para os lados tentando achar a figura dela, mas não consegui encontrá-la.
Decidi ir até a parte externa dar uma respirada, mas no fim acabei acendendo um cigarro. Sentei-me em uma das cadeiras perto da piscina e fechei meus olhos.

— Posso sentar aqui? — olhei rapidamente para cima e era quem eu estava procurando, com um cigarro ainda apagado entre os lábios e apontando para a cadeira ao lado da minha.

Ajeitei-me em meu assento e indiquei para que ela se sentasse.

— Tem isqueiro? — ela perguntou e eu o entreguei a ela.

Ela acendeu o cigarro e deu uma leve tragada, enquanto eu a observava. Acho que nunca vi ninguém fumar tão lindamente, mesmo que fumar seja um ato horrível. Vocês entenderam.
Parei de olhá-la para não parecer um maníaco de novo.

— Está gostando da festa? — perguntei olhando para o céu estrelado.

— Estou sim. Não conheço quase ninguém mas pelo menos as músicas são boas. — ela escorou-se nas costas da cadeira e começou a cantarolar os versos finais de Moonage Daydream.

— Também gosta de Bowie? — Ela estava uma perdição sussurrando a música enquanto tragava seu cigarro.

— Está olhando para a maior fã dele. — ela disse com um sorriso.

— Acho que não, amor. Por que o maior fã dele sou eu. — a garota apenas olhou-me meio descrente e voltou sua atenção às pessoas lá dentro. — Eu posso pegar uma bebida pra gente, se você quiser.

— Já ouvi cantadas melhores, amor.

Ela simplesmente levantou-se e começou a contornar a piscina. O que tinha de errado comigo hoje?

— Isso foi um não? — perguntei indo atrás dela.

— Não. — disse ela docemente.

— Então foi um sim? — uma chama de esperança acendeu em meu peito.

— Não. — E apagou.

No instante em que fui dar mais um passo até ela um entrevistador se pôs na minha frente.

— Achei você, Roger!

— Que susto, Peter!— disse colocando a mão no peito, meus tímpanos zuniam com o berro que ele deu.

— Desculpe... Pode dar uma palavrinha comigo? Ou melhor, com a BBC? — ele disse colocando um microfone na minha cara.

— Não é uma boa hora, na verdade... — falei sinceramente enquanto tentava caminhar na direção em que a garota foi, estava quase perdendo ela de vista.

— É bem rapidinho. — ele insistiu colocando-se de novo em minha frente. Aquilo estava começando a me incomodar.

— Uma outra hora, Peter. — Coloquei minhas mãos em seus braços e o empurrei levemente para o lado. Olhei em volta e lá estava ela entrando no apartamento de novo. Apertei o passo para tentar alcançá-la, mas para minha infelicidade tinha um carrapato grudado em mim.

C H O I C E S | roger taylor.Onde histórias criam vida. Descubra agora