Capítulo 6: Prática 1, Desejo

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Iniciação de Amanda

Chegamos na cidade nova. Somos totalmente estranhos á esse povo que será fiel a mim em pouco mais de um mês. Eles não tem a mínima ideia do que um homem desfigurado, um casal todo machucado e um bebê fazem nessa cidade, mas por que não?

Estacionei o corsinha num posto de gasolina, sentei no meio fio, abri as portas de trás e falei pra eles, claramente, o que caralhos aconteceu:

-Bom, por onde eu começo? Certo, o que aconteceu foi que Daimons me tentaram enquanto vocês estavam sobre minha segurança. O motivo pelo qual eu fiquei frágil e esses merdinhas conseguiram foi que vocês dois não eram iniciados, e ainda não são. Isso criou uma energia discordante, combatente, e desfez as amarras do carro.

Porém, eu consegui jogar o olho de boi longe, que estava acumulando a inveja deles, e ainda consegui arrumar um Daimon para o Manuel, iniciando ele. Ele já deve ter se familiarizado com ela, não?

-É, acho que sim.

-Então, eu prometi que eu iniciaria Amanda quando chegássemos na cidade nova, e é isso que eu vou fazer.

Amanda disse:

-Certo, vamos fazer isso logo.

-Hey, não é assim. Eu tenho que te deixar a par de tudo que vai ser feito. Na verdade, eu nunca iniciei ninguém, por isso eu tinha esperado até chegarmos na cidade pra fazer. Eu tava esperando pegar um wifi pra ver uma videoaula, mas Caifaz me iluminou e eu acho que eu sei agora.

-É, isso não me deixa muito tranquila, mas eu embarco em qualquer coisa que você disser.

Manuel interrompeu:

-Eu também, mas eu só queria saber de uma coisa: o que você vai falar pra ela que você não me disse?

-É, verdade. Bom, eu já te iniciei, e eu não te deixei sabendo de tudo. É, meu erro de principiante. Mas você concordou, né?

-Não, claro que eu concordei, só fiquei curioso.- e Manuel voltou a brincar com o bebê. Eu continuei.

-É assim: existem nós, humanos, e existem forças que regem o mundo. Essas forças podem tomar forma de basicamente qualquer coisa, mas elas quase sempre se fazem humanoides ou homúnculos. Quando assim, são chamadas de Daimons, os seres de luz. Nós, goetas, seguimos e cultuamos esses Daimons.

Cada goeta de alto nível possui seu Daimon próprio, que o ilumina e é ligado a sua própria alma. Esses Daimons cuidam do humano no pós-morte. Quase todos os grandes homens e mulheres que vocês pensarem agora teve um Daimon. Vocês vão ter o de vocês.

-Mas se a gente vai, pelo menos eu, se iniciar agora, por que eu vou ter um Daimon, como um goeta de alto nível?

-Simplesmente porque o que você aprende pra ser um goeta de alto nível eu tô acabando de contar, e também tá no carro. O que realmente importa vem depois.- bebi um gole do meu cantil que tava jogado á meses no carro, enquanto eles vasculhavam ele atrás de conhecimento. Continuei:

-Bom, chega de papo, vamos para a iniciação.

-Certo, tô ansiosa!

Respirei fundo e tomei coragem. Pedi a foto mal impressa do assoalho do carro, para que o Manuel a arrancasse e me desse. Assim ele fez. Este, então, foi o principal elemento no momento que domei Allul, o Daimon amedrontador de Amanda.

Não podia fazer um cordão como a língua de Aatau, mas tinha que fazer de algum acessório aquele pedaço de papel com o Baphomet sem tinta.

Foi meio estranho quando eles perceberam que eu tinha um pino de cocaína no carro, mas aquilo serviria perfeitamente. Claro, o objeto não pode ser fatalmente destruído, mas pode ser ligeiramente modificado.

Uma coletânea de flertes com o DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora