Capítulo 10: Casamento na Mansão Coque (PART I/II)

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É, eu me casei. Mas, pra ficar interessante, vou contar modificando o verbo. 

É, eu vou me casar.

Aquela gótica realmente tinha algo a mais, me fez deletar o número da ruiva 1 e da ruiva 2, incrível. Melissa, o nome dela, ela era incrível, e eu consegui perceber isso com tempo suficiente.

Eu não parei para descrever muito a aparência das pessoas que passaram na minha vida, mas vocês sabem que o Manuel é meio babaca, que a Amanda é um sonho de consumo de qualquer maluco por aí e que aquela outra garota é reluzente. Ela é tão aquela que nem o nome eu lembro. Mas eu tenho que descrever propriamente a Melissa.

Ela tinha, de cima pra baixo, um cabelo preto, com umas mechas roxas assim na frente, pique e-girl. Mas ela tomava banho. Usava aquelas maquiagens de gótico, tanto que eu me referia a ela como a gótica do grupo, ela vem da segunda geração de cabeças do, bom, desse negócio que eu faço.

Tinha olhos castanhos que pareciam entrar na sua alma, cara, é sinistro pensar nisso. Ela sempre esteve lá, mas eu nunca percebi, e fiz questão de escrever os flertes antigos na minha visão da época.

Quando a ruiva saiu do meu carro, totalmente apressada e eu sem prumo, quem me ajudou a me erguer foi ela.

Isso eu só lembrei no dia do casamento, mas quem me ajudou a melhorar nas drogas também foi ela; eu lembro da garota dos olhos de carvalho que tirou a heroína da minha veia e me deu o número do Proerd, por mais que eles não pudessem fazer nada.

Ela. Foi ela que fez isso.

Era o pacote, né: aqueles negócios no pescoço que parece que enforcam, nunca soube o nome daquilo, ela andava cheia de caveiras, correntes e espinhos, como se saísse de um clipe de banda dos anos 2000. Mas era exatamente isso que eu mais gostava, tenho prazeres nostálgicos, digamos.

Não é igual jogo ou anime que o personagem tem a mesma roupa durante a obra toda, mas ela tinha sempre aquele padrão de gótica mesmo; não fugia daquilo, mas sempre tinha uma roupa nova, uma GARGANTILHA (lembrei o nome do negócio do pescoço) diferente ou uma saia menor. Sempre tinha uma saia menor do que a outra, não sabia até onde isso ia rolar, mas ela sempre aparecia com uma saia menor.

Perfeita da cabeça ao tornozelo (ela tinha uns pés estranhos, que ela sempre cobria com um all-star diferente, mas na hora que eu vi me deu vontade de comprar a loja toda), ela sempre esteve lá pra me salvar, agindo nas sombras pique Itachi.

E quem não se apaixona pelo Itachi?

Pedido

Se passaram alguns meses desde o último flerte, estávamos quase fechando todos os quartos da Mansão Coque, e eu não conseguia parar de pensar nela. 

Desenvolvi uma forma de fazer dinheiro: coloquei geral pra fazer miçanga. Pra quem reclamava que não fazia nada, aqueles bunda mole daqueles rico tava trabalhando pra cacete. Então, a minha rotina era dar aula de uma prendedura nova, ensinar as runas e mandar eles praticarem. Quando eu via que já tava num ritmo bom, mandava colocar os símbolos nas bases das pulseiras, cordões, correntes, gargantilhas, anéis, tornozeleiras, chaveiros...

E quem me ajudou a pensar nisso, quem você acha que foi?

Ela me desenhava todos os projetos de roupas e acessórios, mandava pro meu escritório. Ela desenhava tão bem, fazia uns esboços de tanta coisa que só de lembrar meu coração já se torna mais caloroso; aquela mulher me conquistou no esboço da noite estrelada.

Ela sabe que eu amo Van Gogh.

Eu acho que achei a minha mulher onde eu menos esperava. Finalmente, tomei coragem e fiz o pedido, foi mais ou menos assim:

Uma coletânea de flertes com o DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora