Meus queridos leitores,
chegámos ao momento da história em que revelações são feitas...
Espero que gostem, comentem e votem. Fiquem por aí.
Mantenham-se sãos, seguros e sobretudo #emcasa
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"Estamos todos na sarjeta, mas alguns de nós olham para as estrelas"
Oscar Wild
- Calma chefe... talvez seja melhor ser eu a fazer as perguntas.
- Mas quem julgam que são? Sabem em casa de quem estão? - a voz cheia de desprezo está a deixar-me ainda mais irritado.
- Tu falas só quando eu mandar, ouviste? - aperto-lhe a mão no pescoço com raiva. O russo tenta agarrar-me mas eu afasto-o com a mão livre e olho-o com ar autoritário. Ele acena e afasta-se. - agora enfatuadinho, nós os dois vamos ter uma conversa muito séria.
- Não sei quem você é mas não percebo como é que pode ser uma conversa quando estou amarrado e você me ameaça a cada segundo. - cospe as palavras com quase tanta raiva como a que eu sinto por ele.
- Muito bem - avalio-o de alto abaixo e só me apetece esmurrar o ar arrogante da cara dele - Então eu falo e tu ouves! - chego mais perto com o ar mais ameaçador que sei fazer e sussurro - e eu gosto de falar com os punhos...
Olha-me num misto de surpresa e terror. Perfeito. Pelo menos o ar arrogante desapareceu.
- O q..que tenciona fazer comigo? - gagueja por segundos e assume o ar altivo novamente. Devo admitir, este gajo é mais duro do que pensava. Outro qualquer já se tinha borrado todo.
- Isso é cá comigo. Vamos lá conver...
- Artur... querido?
Um gajo todo nu aparece no corredor ainda a esfregar os olhos. Olho para ele surpreso e depois para o homem amarrado à minha frente e agora sim, vejo o ar de terror estampado no rosto. Dou um assobio longo, por esta não estava à espera.
- O que é que vão fazer connosco?
- Não te preocupes donzela - viro-me para os meus homens e dou-lhes ordem para agarrar o outro sujeito. - não vamos fazer nada a ninguém... se colaborares. Uma arma apontada à nuca do outro homem que chora copiosamente e implora pela vida.
- O que querem saber afinal?
- Cala-te Marco!
- Mas eles vão matar-nos!
- Cala-te! Eu trato disto. - Artur olha-me desafiante. - o que é que quer? De que se trata todo este circo?
Sorrio desdenhoso, este gajo dá-me nojo. Chego-me mais perto, baixo-me para o olhar nos olhos - Já eras larilas quando casaste com a Teresa?
Ele olha-me chocado mas assume o ar altivo logo em seguida.
- Isso não é da sua conta Sr...?
- Eras ou não eras, paneleiro?
- Ah, você é um desses? Porque gosta de mulheres acha-se superior a todos os outros... ou é porque se sente inseguro da sua masculinidade que tem de inferiorizar os homossexuais?
- Não... não me acho superior a ti porque és panasca.... - olho-o bem firme nos olhos e sorrio sombriamente - acho-me superior porque não engano ninguém quanto a quem sou e o que sou. - levanto-me e fico a olhá-lo de cima. Ele segue-me com o olhar e o ar é menos altivo mas continua um sorriso desafiador no canto do lábio.
- Quero uma resposta... já eras larilas quando casast...
- Sim! - foi a resposta. Desvia o olhar e engole em seco. - já sabia o que era... quem era quando casei com ela.
- Então porquê?
- Isso não lhe diz respeit...
Agarro-lhe o pescoço e aproximo o meu rosto do dele. - Por.. Que... é... que... casaste... com... a... Teresa? - a cada palavra aperto mais o pescoço e abano-o com raiva.
Solto-o e ele tosse até sentir o ar voltar aos pulmões.
- Quem é você e porque é que quer saber isso? O que é que tem a ver com a Teresa? - ofegante olha-me com um ar curioso.
- Isso não te importa, não é donzela? O que te importa é se o teu amiguinho aqui - faço um gesto com a cabeça e o facadas aperta-lhe as bolas com o pé e o outro grita. - amanhã fala grosso ou fininho...
- Está bem, está bem! Eu digo o que quiser saber.
- Muito bem - coloco ambas as mão de cada lado dele na cadeira - então vamos lá... a Teresa...
- A Teresa é a minha fachada - a resposta é dada bruscamente
- Fachada? - aperto o maxilar para me impedir de lhe esmurrar o focinho - para ti ela não passou de uma fachada?
- Foi apenas um negócio... a Alice...
- Ah, mas claro! A mãezinha tinha de estar por trás disso.Bem me cheirava desde o principio - solto os braços da cadeira e dou uns passos atrás para olhar bem para ele. - fachada para quê?
- Os meus negócios... o nome da família dela abriu muitas portas... portas que nunca se abririam se se soubesse que eu... - olha para o gajo nú e baixa a cabeça.
- Hmmm... não gostam de panascas os teus clientes?
Olha-me como se me quisesse matar. É assim que te quero... mais fácil mostrar-te a raiva que te tenho.
- Não sei quem julga que é para falar comigo dessa maneira... mas talvez se não me tivesse amarrado e sob ameaça, pudéssemos tirar isso a limpo...
- Isso é uma ameaça florzinha?
- Não... - o maxilar tenso e o olhar destila veneno - é uma promessa. Se não me matar esta noite, vai saber porque é que me conhecem por comer homens como você ao almoço.
Não consigo evitar a gargalhada e aproximo-me dele novamente, com vontade de virar a cadeira do avesso com ele nela.
- Adorava ficar a conversar contigo sobre como comes homens ao almoço e tudo isso... mas não tenho os mesmos apetites que tu! - cuspo-lhe as palavras na cara - agora vais-me explicar qual o papel da mãezinha Alice nisto tudo. Por que foi que a Teresa teve uma reunião convosco na semana passada e... - faço pausa para enfatizar bem o que vou dizer a seguir, contando pelos dedos - o que foi que lhe aconteceu a seguir - ergo a sobrancelha, olhando-o fixamente.
Não saio daqui hoje sem uma resposta e para deixar a ideia bem clara, faço um gesto de cabeça ao facadas. Os gritos que se seguem ecoam pelo prédio e até eu me sinto arrepiado.
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Uma vida a tinta
RomanceA vida de Teresa não está fácil. Tudo o que podia correr mal, parece acontecer ao mesmo tempo... até na sua vida aparecer o homem que a salva de mais maneiras do que ela estava à espera.