Punição e Recompensa

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Eu passei a noite inteira acordado, envolvido pelos braços de Drezão, ele apagou logo após nossa ultima sessão de amor. Amor, ele tinha dito que me amava, e na minha surpresa eu não havia respondido, não por que eu não o amava também, mas porque eu estava surpreso. Agora eu não poderia virar para ele e simplesmente falar que o amava, casualmente, eu tinha que fazer isso de uma maneira especial, tornar isso especial para ele, eu só podia imaginar o abandono que ele estava sentindo. Quando a gente diz 'eu te amo' para alguém esperamos ouvir algo em resposta, mas eu só o retribui com silencio e isso estava me consumindo.

A segunda feira chegou e eu dormi muito pouco, acordamos cedo e tomamos nosso banho matinal juntos e fomos para a academia, ele insistiu para que eu voltasse a malhar em minha antiga academia e malhamos juntos, ele mantinha vigilância constante sobre mim. Voltamos para casa e outro banho, café da manha e ele me levou na faculdade.

"Você não precisa me levar na facul, Drezão, você vai se atrasar."

Ele girou os olhos , como se eu falasse a coisa mais absurda do mundo. "Claro que eu vou levar você para sua faculdade, eu quero saber onde você estuda, e um dia desses eu vou beijar você na frente de todo mundo, praqueles manés saberem que você tem dono."

Novamente aquela historia casamento, sair do armário, isso realmente não era para mim.

"André, eu sei que você tá curtindo o que está rolando entre a gente e coisa e tal, mas ainda é cedo para fazermos planos como casamento e assumir a relação para todo mundo."

Ele se debruçou sobre mim como fazia sempre que queria me atacar dentro do carro e falou entre beijos. "Você vai entender que eu estou na sua vida para ficar, meu amor, e com o tamanho do amor que eu sinto por você vai ser difícil esconder, vai ser natural, um dia todos vão ficar sabendo."

E lá estava a oportunidade, eu poderia retribuir naquela hora, não poderia?

"Fala sério André, até semana passada você era hetero cara, eu não duvido do que nós sentimos um pelo outro, mas o que você vai fazer quando o instinto começar a falar mais lato, e você sentir falta do que você não vai ter comigo?"

"Você não confia em você mesmo, Gil, você vai me dar tudo que eu quero e preciso. E nesse exato momento eu já sou tudo para você, mas ainda assim você me olha com medo."

Sua mão que estava apoiada no vidro desceu abriu a porta do passageiro, me pegando de surpresa. Ele então recuou para seu lado do carro.

"Mas vai ser bom acabar com essa tua pose, quando você finalmente admitir que você é meu vou saber o quão real teu sentimento por mim é."

"Eu sou seu, já te disse isso. " minha voz estava exasperada, quando ele recuou me senti sozinho e frágil, eu precisava do toque dele.

"Vai para sua aula vai, você vai chegar atrasado." Seu tom era o mesmo tom serio que ele sempre usava, ele não sorria fora de casa, não aquele sorriso verdadeiro.

Sem outra alternativa eu desci do carro, com o coração apertado, eu queria tocar nele, explicar tudo o que se passava dentro de mim, mas quando virei ele já estava dando partida no carro, me deixando parado na calçada.

Me senti desapontado comigo mesmo por ficar tão mal depois de uma discursão. Na sala de aula nem cumprimentei ninguém, apenas me dirigi para o canto de cabeça baixa, pronto, agora eu ia virar um emo antisocial também, pff.

Se eu tivesse olhado para o outro lado da sala veria Wes me olhando intensamente, mas não olhei.

Deu o intervalo e quando eu saia da sala fui puxado de volta pelo braço.

BrutalidadeWhere stories live. Discover now