Festa no Inferno
A mansão era magnifica, parecia coisa de filme mesmo, era feita em estilo antigo, a sala enorme tinha uma escada semi-espiral com detalhes em madeira e mármore claro, assim que entravamos, a saída esquerda da casa dava para um salão de festas e entre as pessoas vislumbrei a piscina, do lado direito outro salão com jogo de luzes e gente dançando, assim que entramos um homem com pele pálida, tão clara quanto a de André exceto que a de André tinha mais vida. Seus cabelos eram pretos lustrosos, amarrados atrás, seus olhos eram pequenos e a íris verde tomava conta de todo ele, era como mergulhar num lago verde, mal podia ver o branco, sua pele era perfeita e uma máscula sombra de barba cobria seu maxilar, ele era quase tão alto quanto André mas era mais forte se você não se perdesse no mar dos seus olhos você se perdia nas montanhas de músculos bem feitas, visíveis até mesmo de sua camisa branca, o tecido parecia que ia estourar, os botões teimavam em permanecer unidos e onde a camiseta se esticava tanto que revelava a pele escapavam a pelugem negra que cobria seu peito, eu achava que André era o sinônimo de masculinidade, mas esse cara conseguiu bater ele, ele abriu os braços e ele e André se chocaram, não foi bem um abraço, foi uma colisão de testosterona, os dois rapidamente engajaram em uma conversa que eu não consegui acompanhar, deveriam estar falando do trabalho, então eu fiz o que eu fazia de melhor, viajei. Olhando ao redor eu percebi que aquela era uma festinha de playboy, gente jovem, rica e bonita, ou pelo menos se esforçavam para parecer, mulheres semi nuas e magras com seios e bundas fartas lotavam o ambiente, tinha umas 10 para cada homem ali, e os homens não ficavam atrás, eu acho que eu era o menor e mais feio ali, olhando ao redor eu vi o luxo da casa, eu não sei bem qual era a profissão do amigo do André, mas eu não acho que um policial poderia custear aquilo.
Foi então que eu senti aquele alarme que soa na sua nuca quando tem alguém te observando, quando olhei na direção o amigo de André me lançava olhares sorrateiros enquanto conversava com meu, por aquela noite, amigo. Eu deveria estar com a boca aberta enquanto olhava ao redor, e isso atraiu suspeitas dele, enfim, nunca fui bom em esconder meus sentimentos, se eu estava desconfiado de algo com certeza tinha uma sobrancelha arqueada enquanto inspecionava os arredores.
André logo trilhou o olhar do amigo e viu que ele estava me olhando, pegou no meu bíceps e me puxou para frente.
"Ivan, esse é Gil, um grande amigo da academia." Era interessante como a gente é capaz de contar uma mentira sem realmente contar uma mentira. "Gil, esse é meu parceirão, trabalhamos juntos a muitos anos".
Pelo tom de orgulho que André falava eu percebi os laços de amizade entre os dois, não estendi a mão para Ivan, apenas fiz um aceno com a mão, o olhar que ele tentou me lançar não era amigável, na verdade ele só olhou na minha direção enquanto acenava discretamente com a cabeça, como eu já disse antes as pessoas me amam ou me odeiam assim que batem os olhos em mim, pelo visto Ivan me odiou, paciência.
Logo Ivan passou uma mão no ombro de Ivan e conversando com ele saiu puxando pelo salão de dança, os dois sumiram na multidão que dançava, não que eu tivesse tentado seguir eles.
Eu olhei para os lados e respirei fundo, ali estava completamente fora do meu meio, sem ninguém que conhecia e um ambiente no qual eu tinha diversos preconceitos, playboys, vadias ricas, drogas (não que eu tivesse visto algo). Respirei fundo e abri um sorriso, eu nunca fui de me deixar levar por preconceitos, todo ser humano é complexo, não só limitado por um aspecto que a gente vê, então não cabe a mim julgar ninguém antes de realmente conhecer essa pessoa, decidir explorar o ambiente e depois dançar um pouco. Enquanto explorava o salão não pude deixar de pensar na atitude de André, depois de fazer tantas recomendações antes de entrarmos ele simplesmente me largou e sumiu na festa, nem olhou para tras. Tentei afastar isso da minha cabeça, eu não era dependente dele, eu poderia muito bem me virar por aqui, e quando estivesse cansado da festa (5,4,3,2...) eu pegaria um taxi e iria embora.
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Brutalidade
RomanceUma cara comum em uma rotina comum encontra um cara extraordinário e de repente tudo muda. Quando menos esperamos somos brutalmente arrastados para nossa história de sexo, desejo e amor. Essa história é escrita pelo Emyr e foi captada do site Cada d...