Parte C

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Antes que pudesse ver meu amor fui arrastado para fora da academia por Wes e seus amigos, do lado de fora uma viatura da policia me esperava, acabei sendo preso. Mesmo o treinamento no exterior estando quase no fim eu não deveria estar no Brasil, e isso acabou irritando meus superiores, a recepcionista de Wes chamou a policia quando invadi a academia e eles usaram isso para me punir, deixar um tempo atrás das grades.

Aquela noite enquanto estava em minha cela isolada a tristeza era angustiante, até quando meu erro me perseguiria, meu mau julgamento me fez abandonar Gil e agora o destino teimava em nos manter distantes.

Na manha seguinte Júlio veio me ver, abriu minha cela e se sentou ao meu lado na cama.

"Anda, desembucha cara, o que está acontecendo?"

"Eu estou com uns problemas, só isso Júlio."

"Não Drezão, eu te conheço a anos, você frequenta minha casa, conhece minha esposa e meus filhos. Você sempre foi a pessoa mais correta que eu conheci, esse comportamento, essa loucura, isso não é típico de você."

Eu abaixei a cabeça e coloquei-a entre as pernas.

"Anda Drezão, cara, eu quero mesmo te ajudar, mas você tem que ser sincero comigo."

Eu tomei folego. "Sabe o garoto que eu pedi para você ir ver no hospital?" ele apenas confirmou com a cabeça. "Eu estava namorando ele a uns meses atrás, ele foi o motivo de ter aceitado aquele treinamento maldito no exterior."

Júlio estava chocado, ele se levantou e caminhou na minha frente, de um lado para o outro, processando a informação.

"Mas cara, você? Você era o maior pegador! Eu bem que estranhei quando você aceitou embarcar naquela furada, ninguém queria participar daquela merda..."

"Eu me apaixonei cara, amor de verdade. Eu não consigo viver sem ele." E falar isso em voz alta só tornava tudo mais difícil, olhei para minhas mãos e elas tremiam levemente. Júlio me analisava, para minha surpresa não havia julgamento em seu olhar, apenas tentava compreender a situação.

Finalmente ele entrou em acordo consigo mesmo e sentou novamente ao meu lado.

"E você confiou tudo isso ao Ivan?". Nossa amizade foi muito forte desde que nos conhecemos, e ele nunca se deu bem com Ivan.

"Você deveria ter sido mais esperto Drezão, Ivan sempre teve inveja de você, todo mundo via. O cara tem uma obsessão doentia."

"Não cara, isso é loucura, ele sempre me ajudou, sempre esteve ao meu lado. Desde criança."

Seria possível? Será que som ente eu não havia visto ate agora a pessoa terrível que meu melhor amigo era? Eu tinha que encontrar ele, cara a cara, falar com ele.

"Eu entendo você, mas a verdade é que ele pode ter machucado o homem que você ama, provavelmente teria matado ele."

Um calafrio percorreu minha espinha, meu estomago revirou. Gil morto.

Julio colocou uma mão no meu ombro.

"Vem, vamos sair daqui e procurar umas respostas, você agora não está mais sozinho nessa, meu amigo."

Eu poderia ser um bom policial, mas Júlio era um detetive melhor, em poucos dias tínhamos pistas precisas de onde Ivan estava, estávamos passos atrás dele e encurtando a distancia. Nesse tempo eu deixava Júlio trabalhar em seus contatos e ia atrás de Gil, ele parecia estar melhorando, estava saindo de casa, parecia meio fraco, mas se recuperava, eu queria tanto me aproximar. Mas eu sabia que assim que tivesse ele em meus braços meu foco se perderia, eu tinha que encontrar Ivan primeiro.

BrutalidadeWhere stories live. Discover now