O Dia do Caçador

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A entrada do salão do restaurante era todo em vidro que nesse momento estava coberta por cortinas, ainda assim consegui abrir as portas duplas e entrar, as costinhas tamparam a luz que vinha de fora, o salão do restaurante estava às escuras repleto de mesas e cadeiras. Eu ainda conseguia distinguir as formas abandonadas no escuro, aos poucos minha visão ia ficando mais acostumada à escuridão, ao fundo do salão eu via o balcão de madeira que separava o salão da churrasqueira, ao lado dessa uma porta dava acesso a cozinha. Kayle não estava no salão, então estaria na cozinha.

André também não estava ao meu lado, então entendi que minha função era servir como distração, então não importava se eu seria discreto ou não, caminhei fazendo barulho entre as mesas e cadeiras, tropeçando e chamando por Kayle.

Dei a volta pelo balcão e cuidadosamente abri a porta que dava acesso à cozinha, porem a abri cuidadosamente (não é só porque eu precisava ser barulhento que eu tinha que arriscar tomar um tiro).

A princípio pensei que não encontraria ninguém dentro da cozinha, mas repentinamente as luzes acenderam, me fazendo dar um passo para trás e cobrir os olhos para me proteger da luz brilhante.

Aos poucos minha visão foi se acostumando a luz e pude ver melhor o ambiente, a cozinha era enorme, circundada por balcões metálicos e no fundo, no lado oposto ao que eu estava tinham as pias, panelas estavam penduradas de ganchos no teto. No centro da cozinha tinham duas mesas grandes, uma de madeira e colada a esta uma de metal, a cozinha tinha um cheiro típico de gordura, mas também um forte cheiro de detergente, o chão era coberto por uma cerâmica marrom e as paredes tinham uma textura laranjada.

Então foquei as duas figuras amarradas em cadeiras a minha esquerda. Kayle estava em pânico, chorava e uma das lentes dos óculos estava quebrada, Já Ivan estava resignado, a cabeça baixa e a camisa rasgada, em sua pele tinham sangue seco e sangue novo, o primeiro provavelmente da surra que levou de mim no dia anterior, o novo provavelmente da surra que tinha tomado homem parado atrás deles, era oriental, provavelmente chinês ou algo assim, a pele era escura, meio esverdeada, os olhos puxados revelavam olhos negros sombrios, o rosto tinha pele perfeita, tinha por volta de 1,85 e provavelmente usava esteroides, era de longe o maior homem que eu já havia conhecido, estava de braços cruzados e estranhas tatuagens cobriam um braço enquanto o que pareciam ser cicatrizes cobria o braço direito, vi o cano de uma arma sair pela mão oculta, ele estava sem camisa, o que me pareceu extremamente estranho, e usava o que parecia ser uma calça de couro escamada colada.

"Esse foi o pequeno homem que te subjugou, Ivan?"

Se os olhos do sujeito eram frios a voz era glacial, e a maneira que ele disse a palavra homem revelou a única emoção na frase: desdém.

"O pequeno homem na sala se chama Gil, prazer!" eu falei alto chamando a atenção do oriental. Ele me olhou surpreso, fez uma pequena reverencia e pronunciou novamente meu nome. "Agora acho que faz parte da boa educação você me dizer seu nome."

Ele esboçou um fraco sorriso. "Não acho que vai importar você não vai sair daqui vivo afinal."

Eu engoli a seco. "Bom, não sei quanto a você, mas eu gostaria de morrer sabendo o nome do meu assassino."

Ele considerou a pergunta e então pareceu ceder. "Meu nome é Kyro."

"Ótimo, já que as apresentações foram feitas eu gostaria de negociar minha morte."

Mais uma vez pego de surpresa ele trocou o peso de um pé para o outro, incomodado. "Como é que é, quem é você para negociar algo?"

"Eu sou a única testemunha viva que pode depor contra Ivan, e eu desconfio que é por isso que você está aqui."

BrutalidadeWhere stories live. Discover now