No dia seguinte enquanto Junior ainda dormia e eu preparava café da manha na cozinha um Wes descontrolado entrou pela minha porta, me olhou de cima abaixo e foi em direção ao quarto, não entrou, apenas olhou lá dentro. Quando voltou estava vermelho de raiva.
"Então é isso, você vai trazer qualquer um para sua cama agora?" do que ele estava falando? Aquele era o primeiro cara que eu ficava em meses, como ele se atrevia a me julgar assim.
"Eu não trago qualquer um aqui Wes, se eu trouxe o Junior é porque nós somos mais que uma transa." Meu tom era frio e eu tomava uma xicara de café enquanto esperava a reação dele, ele estava completamente desarmado, então dei o tiro final. "Assim como você e Priscila."
Seus olhos cresceram, uma peça se encaixou em sua cabeça. Ele relaxou os ombros e encostou-se à mesa. Pensou um tempo e avançou até mim, eu não tive tempo de reagir, ele retirou a xicara da minha mão e colocou na pia atrás e com a mesma mão enlaçou minha cintura enquanto a outra passou por debaixo dos meus ombros, seu corpo forte e solido debruçou sobre o meu e sua cabeça afundou em meu pescoço, meu corpo tremeu quando senti ele aspirando meu pescoço. Eu o envolvi com meus braços e puxei ele para mais perto.
"O cheiro dele não ficou em você." Minha pele arrepiou quando seu hálito quente atingiu meu pescoço.
Eu tentei mudar assunto, Wes estava estranho, frágil. "Olha só que legal, agora nos dois temos parceiros, podemos sair em casal, que brega."
Ele sorriu e me olhou. "Brega mesmo brother, eu ainda prefiro sair só com você."
Uma mão dele deslizou para meu pescoço e alisou o lado da minha face.
"Eu prometo que vamos sempre ter um tempo para nós dois ok."
Então de repente sua pupila dilatou e seu sorriso desmanchou na minha frente. "Eu vou esperar..."
Foi quando escutamos um barulho no quarto e Wes me soltou, dando um passo para trás, repentinamente eu estava nervoso, me sentia desprotegido e peguei a xicara de café novamente somente para ter algo para ocupar as mãos.
"Espero que ele te faça feliz."
"Assim como eu espero que a Priscila esteja fazendo." Eu queria que ele entendesse que meu caso era igual ao dele, não era só porque eu era gay que eu não precisava de um parceiro ao meu lado, nossa amizade era muito boa, mas tem coisas que a amizade não supre.
Então Junior entrou de cueca na cozinha, cumprimentou Wes e me deu um beijo, tomou a xicara de café da minha mão e bebeu.
Logo uma nova rotina se estabeleceu na minha vida, a presença de Wes foi substituída, em sua maior parte, pela presença de Junior, às vezes eu chegava em casa do trabalho e ele já estava lá jogando, Junior também se apaixonou pelas aulas de Wes e logo estávamos matriculados, no primeiro dia enquanto treinávamos Ivan também treinava boxe. Ele me viu e veio me cumprimentar, era a primeira vez que via ele depois daquela conversa.
"Olá Gil!" ele me cumprimentou como se fossemos velhos amigos, Junior estava ao meu lado e logo o olhar dos dois se cruzaram ambos se devoraram com o olhar. "E quem é esse, amigo seu?"
Junior estendeu a mão para Ivan. "Sou o namorado dele, Junior".
Os olhos de Ivan brilharam ao olhar para mim. "Que boa noticia." O tom de cinismo estava implícito e eu senti o peso da traição a André que ele me acusava silenciosamente.
Então os dois engajaram em uma conversa à qual pouco prestei atenção. Já fora da academia achei melhor avisar Junior. "Cuidado Junior, o Ivan não é uma boa pessoa, ele é perigoso."
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Brutalidade
RomanceUma cara comum em uma rotina comum encontra um cara extraordinário e de repente tudo muda. Quando menos esperamos somos brutalmente arrastados para nossa história de sexo, desejo e amor. Essa história é escrita pelo Emyr e foi captada do site Cada d...