Capítulo 68

4.3K 357 16
                                    

Depois que o Gb saiu com a Juliana não demorou pra eu sair da salinha com o Rael, qualquer percebia de longe o ódio que ele estava sentindo.

- Leva o filho da puta pra outra sala - Rael falou quando saímos da salinha

- Ta bom - Gambá falou e o Menor entrou na boca, logo atrás entrou o Novinho, Gb,  Neguinho e Mv 

- Vocês brinquem lá com ele - apontou pra eles - Pode enfiar a porrada, picotar, esfaquear, só não mata

- Pode deixar - Menor falou e eles foram pra salinha quando o vapor passou com o Matheuzinho

- Você vem comigo - falou e entramos na salinha que a tal Camila estava, assim que eu ele se aproximou meteu logo um tapão na cara dela que soltou um grito e a boca sangrou mais ainda

- Me solta - gritou chorando

- Você sabe porquê tá aqui? - perguntou e eu peguei a máquina de cortar cabelo

- Eu não fiz nada - falou e arregalou os olhos quando viu a máquina, a piranha mal imaginava que perder o cabelo era o mais suave que aconteceria com ela

- Acho que pode pular a parte que você se passa por inocente - falei puxando o cabelo dela e a mesma gritou

- Vamos fazer um acordo - Rael falou e foi até uma mesa que tinha algumas coisas - Você vai morrer de qualquer jeito

- Morrer? - perguntou assustada e puxou o rosto quando liguei a máquina - Eu me arrependi, Rael - mal terminou de falar e gritou quando eu comecei a passar a máquina no cabelo dela

- Se arrependeu de armar pra sua amiga ou de ter trago um x-9 pra cá? - perguntei e ela dei um tapão na cabeça dela - Para de se mexer, porra

- Começa a falar, Camila - Rael falou e eu percebi ele com um alicate na mão

- E o acordo? - perguntou e eu acabei rindo

-  Você decide se vai ter uma morte calma e a sua mãe te enterra - falou todo calmo como quem contava o que tinha feito numa manhã de domingo - Ou você vai ser queimada viva

- Uma escolha justa - falei rindo e continuei passando a máquina, ela só sabia chorar e pedir desculpas

- Basta me contar tudo - Rael falou e se aproximou

- Eu fui pra um baile na outra favela e lá eu conheci o Matheuzinho - começou a contar e eu desliguei a máquina quando ela já estava com vários caminhos de rato e careca - Eu me envolvi com ele, aí ele me contou que iria vir pra cá e pediu pra eu ajudar ele

- E aonde entra a Juliana nessa história? Fala a verdade - Rael perguntou sério

- Ele queria uma forma de se aproximar da Nathália e eu dei a ideia da Juliana, eu passei o número dela - mal terminou de falar e o Rael deu um soco na cara dela

- Ela era sua amiga, sua piranha - falou incrédulo e ela cuspiu sangue mas junto caiu um dente

- Eu não sabia iria dar nisso - falou e eu neguei com a cabeça

- E daí? Você armou pra ela - falei dando de ombros - Ou ela não era sua amiga?

- Era - falou me olhando - Mas sei lá, ela sempre teve tudo e eu queria tirar uma onda com ela

- Você fez isso por inveja - falei e larguei a máquina na mesa - A onda que você queria tirar com ela quase custou a vida da garota

- Eu não sabia - tentou falar novamente e o Rael puxou uma cadeira

- Você é cria de favela, sabe muito bem que x-9 não tem vez e quem anda com eles também não - falou soltando a corda que prendia ela e eu segurei um braço quando entendi o que ele iria fazer

- O que o Th quer com a Nathália? - perguntei sério

- Matar - falou simples - Mas antes ele disse que vai se divertir com ela

- Vamos ver - falei e acendi um cigarro, dei uma tragada e encostei o mesmo no rosto dela, o Rael soltou uma risada e ela começou a choramingar

- A brincadeira vai começar - Rael falou e eu sorri

- Não, por favor - pediu chorando mas o Rael nem ligou, pegou a mão dela e prendeu o alicate em um dedo, ele apertou e ela soltou um grito de dor tão alto que eu pensei que fosse ficar surdo

- Nathália Narrando -

Eu estava inquieta, desde que o Cuíca saiu eu fiquei imaginando várias coisas e eu já sabia que algo tinha acontecido. Quando o Gb me gritou acho que o meu coração deu uma parada, corri pra abrir o portão e tomei um susto quando vi a Ju, eu segurei a vontade de chorar e ele entrou com ela. Eu dei um banho nela e a mesma aos poucos foi conseguindo me explicar o que tinha acontecido. Liguei pra Gabi e ela não demorou pra chegar.

- Quando tudo se acertar eu chamo a mãe aqui - Gabi falou e saímos do quarto de hóspedes, ela tinha dado um remédio pra Ju conseguir dormir

- Vontade de matar a Camila, ela dormia lá em casa e se passava de amiga - falei incrédula

- Se não morreu tá quase - Gabi falou e pegou o celular - Sabia

- O que foi? - perguntei sem entender

- Levaram ela e o x-9 pra queimar - falou e me mostrou uma página de fofoca do morro

- Eu vou lá - falei e ela me olhou

- Melhor não - falou e eu ri negando com a cabeça

- Não? Por culpa dela a Ju quase iria tá no microondas também - falei cruzando os braços

- Ai, vamos ver essa piranha queimando então - falou e saímos de casa, pedi pra um vapor conhecido que estava ali na rua e ele ficou no portão da minha casa

- Meu deus - falei assim que chegamos aonde eles queimavam o pessoal, ela estava careca, com o rosto deformado de tanto que deve ter apanhando, sem uma orelha e gritando. O cara estava totalmente deformado

- Olha a mãe dela - Gabi falou baixo ao meu lado, ela estava chorando muito e eu não conseguia nem imaginar a dor que ela estava sentindo

- Ela não tinha que tá aqui - falei negando com a cabeça, eles não deixavam o povo ver quando ia alguém pro microondas mas como era x-9 o caso era diferente, era pra deixar claro o que acontecia

- Cuíca Narrando -

O Rael deixou a tortura do Matheuzinho com os outros caras e eles arrebentaram ele. Cortou os dedos, a língua, meteu a porrada e encheu de porrada. Depois que acabamos com a Camila decidimos levar os dois pro microondas, colocamos eles nos pneus e quando eu passei o olho vi a Nathália junto com a irmã.

- Me solta, por favor - Camila falou com dificuldade

- Não - falei simples e eu percebi uma senhora chorando muito

- É a mãe dela - Rael falou mexendo na arma

- Imaginei - falei e eu peguei o galão de gasolina - Podemos?

- Claro - falou rindo e eu joguei gasolina no Matheuzinho e nem todo arrebentado e prestes a morrer ele perdia a pose, ele não entregou ninguém mas não precisou a Camila abriu por ele - Eu vou cumprir o meu acordo, viu? - Rael zombou e eu ri

- Mãe, eu - Camila começou a falar alto mas não teve chance de terminar, o Rael deu um tiro na cabeça dela e eu escutei um grito alto

- Meu ouvido, porra - falei já que ele tinha atirado bem perto de mim mas o mesmo só riu dando de ombros - Viadinho

- Idiota - falou rindo e eu joguei gasolina no corpo da Camila e nos pneus

- A minha filha - a mulher tentou se aproximar mas um vapor segurou a mesma

- Isso é pra todo mundo saber o que acontece com x-9 - Rael falou alto e joguei o galão vazio em um canto - Ela não morreu de inocente, morreu porque estava acobertando x-9 e armou pra duas moradoras - finalizou e eu vi o susto que algumas pessoas tomaram

A cena não era bonita, mas eu já estava acostumado, o pessoal ficou assistindo fazia caretas mas em momento nenhum saíram de lá. O Rael riscou um fósforo e tacou nos pneus que a Camila estava. Eu risquei outro fósforo e joguei nos pneus do Matheuzinho que começou a gritar desesperado, ele morreu gritando e com a boca aberta.

NatháliaOnde histórias criam vida. Descubra agora