Uma noite. //// Jjk

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   Sinto sua respiração suave perto da minha bochecha e cócegas causadas pelas pontas do seu cabelo semiúmido na minha orelha. 

- Sim, Jungkook. - murmuro. - Boa noite. - digo durante um bocejo simulado, ao qual ele ri.

 - Esse foi o bocejo mais falso da história da humanidade, marrentinha. - ele diz voltando para o seu lado na cama e eu sinto meus músculos travarem ao saber que fui pega.

   Eu posso me entregar por completo e dar trela ao que ele está dizendo, ou posso ignorar e continuar fingindo. Bem, essas são as opções disponíveis no momento...

  Opto por me fingir de sonsa e Jungkook parece me deixar em paz, ao menos era o que eu pensava: 

- Marrentinha, quer que vá embora? - ele pergunta em um sussurro, quase sinto vulnerabilidade na voz. - Se você estiver se sentindo desconfortável... - ele para de falar quando me viro para encará-lo, depois de um conflito interno entre consentir com meu silêncio ou me virar e não ser babaca.  

- Não, Jungkook, pode ficar, não estou desconfortável. - tranquilizo-o e ele parece relaxar a respiração. - E também não deixaria você sair no meio da madrugada... - acrescento tímida, desviando o olhar para algum ponto das dobras do lençol que recobre a cama.

   Jungkook se move e deita de barriga para cima, com as mãos unidas sobre o abdômen e um sorriso bobo no rosto, diria que até certo ponto convencido. 

- Marrentinha, você está se apaixonando por mim. - ele dá uma risadinha e me olha de lado.

  O quê?! Meu Deus, ele é um palhaço mesmo! 

- Que você era idiota, eu já sabia. Agora, maluco é novidade para mim. - digo me virando indignada na cama e puxando o lençol para me cobrir. - Boa noite, Jungkook. - digo ajeitando o travesseiro na base da porrada. Espero que ele entenda o recado.

  Deito minha cabeça e espero não ser incomodada. Torço para que amanheça logo! Porém não deixo de pensar que devia enxotar esse palhaço agora mesmo.

  Ridículo.

  Mas sei que não vou, porque está tarde e o mundo continua violento. Além disso mereço um sono de paz ou o mais próximo disso.

  Sinto ele mexer novamente na cama e que de alguma forma seu corpo está próximo do meu. O que será que quer agora? 

- Maluco, é? - ele insiste.

  Claramente, Jungkook não sabe o perigo que está correndo.

  O cretino cutuca uma das minhas costelas me fazendo quase pular com o nervoso e dar um tapa na sua mão. 

- Sim, é. - murmuro irritada e ele ri se aproximando em seguida.

   Sinto o calor do seu corpo cada vez mais próximo. 

- Então é loucura da minha cabeça pensar que você está se apaixonando por mim? - ele continua e passa suavemente o dedo indicador pelo meu braço, o que me dá um sensação de nervoso que arrepia minha pele. 

- Isso. - respondo prontamente e ele bufa uma risadinha. 

- Não está nem um pouquinho? - se aproxima mais, até que nossos corpos se colam e sinto também o lençol que me cobre sendo puxado sutilmente, deixando minhas pernas expostas. 

- Não. - respondo séria e encaro incrédula minhas pernas expostas, sendo uma delas alisada por ele. 

- Então está bem, você não está. - ele concorda, mas sem concordar, naquele jeito típico que pais fazem com seus filhos teimosos demais.