A primeira coisa que senti foi frio, parecia que meus ossos viraram cristais de gelo, depois a dor intensa por todo corpo, mas estava concentrada em três pontos, no ombro, na cabeça e pé direito. Abri os olhos num sobressalto levando a mão direita para a parte de trás e sentindo meus cabelos melados e percebi ainda sangrar pelo tiro no ombro. Reparei que já estava de noite, não sabis que horas exatamente, então precisava voltar urgente para fazenda e ver se todos estavam bem.
Me sentei devagar, tirei a aljava e jaqueta com muita dificuldade, a bala tinha passado pelo meu ombro, não teria que tirá-la, rasguei a minha blusa com a faca ficando só de sutiã e amarrei no ferimento. O tiro não tinha pegado nenhuma veia importante, senão eu já estaria morta por perda de sangue. Entretanto com o movimento que teria de fazer para chegar em casa aumentaria o fluxo sanguíneo, então teria que fechar a ferida, mas como? Não tinha material de sutura e não conseguiria ir longe só com o pano, a única forma seria cauterização. E eu quase chorei com essa possibilidade.
Tentei juntar o máximo de gravetos e folhas para fazer uma pequena fogueira, peguei a pederneira que tinha no bolsinho da aljava e comecei a riscar com a faca tentando fazer faísca.
- Pega! Pega! - Estavs quase desistindo devido a dor de forçar muito o braço ferido, foi quando uma fagulha começou a aparecer, me aproximei e soprei.
O fogo começou tímido e foi crescendo, coloquei a faca nele, teria que fazer duas vezes, nas costas e na frente do ombro. Embolei a manga da jaqueta e mordi, não poderia fazer barulho e chamar atenção desnecessária de zumbis, já bastava o fogo. Comecei a ofegar vendo a lâmina vermelha, fui na parte de trás primeiro, meu grito foi abafado. Ouvi o chiado e o cheiro da minha própria carne queimada, não aguentando virei para o lado e vomitei.
- Vamos lá Dominique, você não pode desmaiar de novo, só mais um pouco. - Minha cabeça girou de tontura e as mãos tremiam muito, tentei me incentivar mesmo chorando de dor, só queria que todo aquele inferno acabasse logo.
Repeti o processo novamente na frente e dessa vez não aguentei e desmaiei. Foram por poucos minutos, o fogo ainda estava aceso, dei uma olhada no pé constatando que só tinha torcido e poderia andar, rasguei mais ainda a blusa e amarei nas partes que tinham machucados expostos por causa da queda.
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Alvorecer - Daryl Dixon | TWD
General FictionEm um mundo que a morte dominava, ter a oportunidade de mais um dia para viver era privilégio de poucos. Dominique Lewis era uma pessoa com um passado ruim, quando mais nova perdeu a mãe biológica, mas ganhou a oportunidade de poder amar novos pais...