A casa estava como eu havia deixado, as janelas tampadas com tapumes de madeira e arames passados pelas colunas da pequena varanda, estacionei a camionete na frente da garagem e desci. Caminhei pelo gramado alto até a entrada e subi os poucos degraus, tirando os fios de ferro, achei a chave debaixo de uma tábua solta no piso e abri a porta.
Estagnei no lugar, o cheiro antigo de lavanda misturado com o de casa fechada entrou em meus pulmões. Observei o interior me desligando do mundo, lágrimas começaram a escorrer sem minha permissão. Tudo estava revirado, poltronas e sofá quebrados, quadros e livros jogados por todo lado e a estante de madeira, rachada e tombada no chão. O estado destruído da sala mostrava o resultado de uma bebedeira e ataque de fúria que eu tinha tido na última noite havia passado na casa.
- Vamos colocar a picape na garagem, pegamos nossas coisas e alguma comida. - Enxuguei o rosto, depois de vários minutos parada e indiquei o veículo. Daryl somente acenou confirmando e permaneceu silencioso, mas sempre perto e respeitoso.
Pegamos tudo que iríamos precisar e voltamos para a casa. Guiei-o até meu quarto, o cômodo era simples, tinha guarda-roupa, penteadeira média, mesa de estudos e um criado mudo do lado da cama de casal, com paredes pintadas de roxo e rosa claro.
- Ainda deve ter água, pode se limpar. Eu vou arrumar alguma coisa pra comermos. - Apontei a porta do banheiro.
Me virei e desci até a cozinha, pegando os utensílios necessários. Sorri quando achei uma garrafa de whisky perdida no armário. Confiri se a casa estava bem fechada e levoei, com dificuldade, as coisas para o quarto. Empurrei a porta com o quadril e me deparei com Daryl, olhando distraído pela janela e com a camisa nas mãos. O mesmo se assustoi com minha chegada e vestiu a peça apressado, tentando esconder as marcas nas costas.
- Achei um bom e velho Jack Daniel’s, tudo está bem trancado então achei que podíamos aproveitar ele. - Coloquei a bandeja na mesa e mostrei a garrafa para ele.
- Eu passo. - Negou a oferta.
- Você que sabe. - Dei de ombros, deixando para oferecer mais uma vez depois. - Se quiser já pode comer vou no banheiro primeiro.
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Alvorecer - Daryl Dixon | TWD
Fiction généraleEm um mundo que a morte dominava, ter a oportunidade de mais um dia para viver era privilégio de poucos. Dominique Lewis era uma pessoa com um passado ruim, quando mais nova perdeu a mãe biológica, mas ganhou a oportunidade de poder amar novos pais...