Capítulo Quatro

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Zack Whitlock:

— Que garoto? — Eloisa perguntou, pegando o salgado que ela havia comprado da bandeja. — Está sonhando acordado de novo?

— Não, é outra coisa — Falei. — Estou lembrando que tinha um garoto que chamou a minha atenção que estava com aquele homem naquele dia.

Apontei para Gabriel e Jacob, que conversavam animadamente em uma mesa a algumas distâncias da nossa.

— Estava lembrando que o garoto me deixou um pouco intrigado — Falei, e minha amiga me olhou com uma expressão inquisitiva. — Lembrei desse garoto que me deixou com um sentimento estranho naquela época. Lambi o nariz daquele garoto.

Eloisa começou a rir, o que me deixou ainda mais envergonhado quando as pessoas que trabalhavam na loja olharam em nossa direção e o casal Jacob e Gabriel também fez o mesmo.

— Pode parar com isso — Falei com seriedade. — Não precisa rir desse jeito.

Eloisa parou de rir, pegou um pouco do suco que havia comprado e sorriu para mim de forma debochada.

— Se ele fosse um ômega, diria que você encontrou o seu par ideal — Eloisa falou. — Você fez uma cara de curiosidade e parecia bobo enquanto falava tudo isso.

— Sério? — Perguntei surpreso.

— Sim, seus olhos até brilharam de curiosidade — Eloísa falou, dando outra mordida no salgado. — Mas não se preocupe, deve ser apenas a sua curiosidade sobre os humanos falando mais alto e o seu instinto protetor em relação às criaturas que você salvou.

— Talvez seja verdade — Falei e, de repente, ouvi um celular tocar. Olhei para Jacob, que atendeu o celular.

Agradeço pela audição de lobo que tenho, mas nunca espiei ninguém desse jeito.

Jacob falou com Gabriel que era o Scott, ambos sorriram ao mencionar esse nome, e imediatamente me senti estranho. Parecia que eu já conhecia o nome e a pessoa por trás desse nome.

— Estou bem, diga ao Levi que não precisa se preocupar — Jacob falou sorrindo. — Acho que era apenas um mal-estar, vocês sabem que tenho sentido isso há dois meses. — Ele fez uma pausa e escutou a pessoa do outro lado da linha. — Não me diga que devo me cuidar, eu sou o seu pai e sei me cuidar muito bem. Está bem, eu vou ao médico.

Gabriel apenas riu ao observar a cena que se desenrolava à sua frente, uma risada de um pai apaixonado e feliz da vida.

— Amor, não adianta brigar — Gabriel falou. — Nossos filhos se preocupam com você muito, assim como eu me preocupo. Só diga que em breve irá ao hospital.

O estranho é que, quando Gabriel mencionou a palavra "hospital", sua voz parecia um pouco mais grossa e tinha um timbre que fez meus ouvidos doerem. Tive que tapar as orelhas com as mãos, e Eloisa fez o mesmo. Ambos nos olhamos, com os olhos de Eloisa parecendo fazer uma pergunta: "O que diabos foi isso?"

Jacob suspirou e comunicou ao filho, que estava do outro lado do celular, o que ele queria ouvir. Scott parecia ter acreditado.

Os humanos são tão fáceis de enganar por outros humanos.

— Agora, vá arrumar suas coisas no quarto e olhar suas matérias — Jacob falou. — Não esqueça de ir trabalhar na cafeteria — a outra pessoa deve ter dito algo para agradar Jacob, pois ele sorriu feliz. — Agora, preciso desligar! Tenha um bom semestre na faculdade Ceof, e quando você e seu irmão puderem, venham para casa.

Jacob se despediu e desligou o celular. Olhei para Eloisa, que suspirou.

— Imagino que queira ir até essa faculdade. — Eloisa falou. — Vamos logo, não sei o que você quer ver lá, mas sei que, se eu não for, você irá de qualquer maneira.

Líder da Alcatéia (ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora