[29] Believer

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Esconder seus rastros era a regra número dois na vida de Yifan.

A número um, era voltar vivo para casa, Yixing havia lhe ensinado isso cedo, quando aprendeu o que era.

E graças a esse ensinamento, por mais doloroso que foi, escondeu o acontecimento real quando as viaturas da polícia chegaram no local do acidente, escondeu as armas que levava dentro do carro dentro das coisas de Kibum.

Seu pequeno e amado, Kibum.

Escondeu que havia mais alguém dentro daquele carro, escondeu que o seu filhote estava junto consigo e Zitao.

Yifan mentiu quando Zitao acordou na ambulância e a primeira coisa que fez, foi perguntar de seu filhote, desesperado por não o ver, e para evitar maiores perguntas, disse que o marido estava atordoado, se mantendo calado ao lado dele dentro da ambulância enquanto o mesmo chorava pôr da mesma forma que si ao acordar, entender o que tinha acontecido, a crueldade que fizeram com ambos.

Zitao foi atendido no hospital perto do local que aconteceu o acidente. Na batida, o ômega acabou machucando a cabeça e precisaria ficar em observação, em seu silêncio, chorar sem parar pelo seu pequeno tesouro arrancado de si.

Se fechasse os olhos, Zitao podia sentir perfeitamente o odor doce dele, ver o seu lindo sorriso, seus olhos que mudavam de cor e seus lindos cabelinhos claros.

Tão pequeno, tão frágil.

E tão longe de si.

De todas as madrugadas ruins que houveram em sua vida, nenhuma pareceu tão interminável quanto está, as horas não passavam, a dor só aumentava, queria ver seu filho, precisava ver seu pequeno.

Quando o relógio marcou duas da manhã, Zitao viu passar pela porta Yifan acompanhado por Yixing, e o pai alfa de seu marido veio até si, mentiu que seu filhote estava bem, estava com o tio dele, e lhe esperando em casa, não precisava mais chorar. Neste momento, o ômega sorriu, sorriu da forma mais falsa possível, tinha que representar, tinha que mentir, haviam médicos, enfermeiros e a polícia o olhando.

Acima de tudo, tinha que proteger a sua família.

Da forma que não conseguiu proteger seu filhote.

Quando finalmente entrou no carro de Yixing, Zitao olhou para frente, e viu um pequeno ursinho em formato de coelho.

Conhecia aquele ursinho, Yixing tinha comprado aquele ursinho para Kibum, havia deixado ali para quando fosse levar ele para passear para fugirem da comida do vovô ômega do bebê.

Ver aquele simples brinquedo foi como um despertar para Zitao, como se a barreira anestésica que o separava da dor de ter seu filhote arrancado de si da forma que Kibum foi, tivesse quebrado, assim como todo seu silêncio e omissão.

– Kibum...

Disse com a voz rouca pelo choro, chamou seu pequenino desesperado por não fazer a mínima ideia de onde ele podia estar, só tento a certeza que estava longe de si, não tinha si para cuidar dele, alimentar ele, trocar ele, ama-lo como o ama desde que descobriu a existência dele.

Yixing, no banco da frente do carro, apenas olhou o ômega no banco de trás sendo abraçado por Yifan, e olhou a expressão dele, a mesma expressão que só viu quando ele chegou na casa onde até hoje moram.

Assustado, com medo, e sentindo a dor de perder quem ama.

– Jun, estou voltando para casa.

Yixing disse olhando para o celular preso no painel, finalizou a ligação e ligou o carro.

Deserve ↬ Kaisoo + Taoris  ↫Onde histórias criam vida. Descubra agora