Prólogo

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- A casa parece tão vazia, não é? - Escuto minha voz, mas não acredito que isso tenha saído alto o suficiente e peço aos céus que Sam não tenha escutado

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- A casa parece tão vazia, não é? - Escuto minha voz, mas não acredito que isso tenha saído alto o suficiente e peço aos céus que Sam não tenha escutado.

- Sim. - Sam fala baixo e eu apenas quero me apedrejar por ter dito. - Preciso deitar um pouco, tudo bem? - Ela pergunta e eu apenas aceno a cabeça, concordando. - Certo. - Ela diz baixinho e se levanta do sofá, indo em direção ao nosso quarto.

Já faz um mês. Ainda é difícil lidar com o silêncio na casa e com a falta que tio Willian faz. Deus sabe como eu o amava por ter sido como um pai para mim quando minha mãe se foi, por ter me acolhido e não ter deixado que eu fosse mandada para um lugar qualquer. É difícil e me dói muito, mas sei que não chega nem perto da dor que Sam está sentindo nesse momento.

Eu sei disso, já passei por isso, já estive no seu lugar. Já estive lá. Ele preenchia a casa e mesmo em suas ultimas semanas ele, ainda sim, conseguia ser a pessoa alegre e bem humorada que ele sempre foi. Era muito diferente de Sam, ele costumava dizer que ela puxou o mal humor da mãe.

Essa, aliás, é outra coisa bastante intrigante sobre ele. Em muitos momentos me perguntei como ele conseguia não guardar magoa dela. Sam mesmo guardava mais do que uma simples magoa por sua mãe, ela gostava de chamar o que ela sente de ódio, mas o tio Will não. Tio Will sempre falou dela como se entendesse seus motivos, mesmo que não haja motivos suficientemente justificáveis para uma mulher largar sua filha pequena com o pai e simplesmente ir embora sem ao menos olhar para trás.

Nas ultimas semanas tem sido assim. Passamos o dia em casa, apenas deitadas no sofá com a TV ligada porque não assistimos nada, realmente. Mal comemos e nas vezes em que eu oço o choro baixo de Sam caminho até o sofá em que ela está e choramos abraçadas até que não haja mais lágrimas disponíveis em nossos olhos. Voltamos a TV e, depois de lanchar alguma porcaria inútil pela noite, ela vira para mim e diz "Preciso deitar um pouco, tudo bem?" e eu apenas aceno, enquanto assisto ela ir se deitar. Eu fico aqui, olhando as fotos e pensando em quão miserável nossas vidas são por perdermos nossas pessoas favoritas em todo o mundo. Quer dizer, parece uma carga pesada demais para garotas de 18 e 17 anos.

Depois de algum tempo - como todos os dias - me levanto, vou à cozinha beber um copo de água e sigo para o quarto, em mais uma tentativa de dormir por uma noite inteira.

Quando chego no quarto, vejo que Sam parece já estar dormindo, portanto apenas me próximo, lhe dou um beijo na testa e sigo para minha cama. Talvez dessa vez a gente consiga dormir a noite toda.

- Eu não consigo, mamãe! - Grito, me sentindo frustrada

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- Eu não consigo, mamãe! - Grito, me sentindo frustrada.

- Claro que consegue, Bequinha! - Escuto sua voz atrás de mim. - Você consegue fazer tudo que quiser, querida. Confie em mim, sim? - Eu aceno com a cabeça, em sinal positivo. - Então sabe que nunca a deixarei sozinha.

Não pude respondê-la. Assim que ela termina de falar, me impulsiona para frente com um empurrão e sou obrigada a pedalar para manter o equilíbrio. Depois de entrar em pânico por alguns instantes, percebo que mamãe contínua atrás de mim e minha confiança cresce em cima da minha pequena conquista. Minha e da minha mãe.

Com meus 8 anos, eu era a única da turma que ainda não sabia andar de bicicleta, mas graças a mamãe, neste momento tudo mudou.

Nunca senti uma sensação tão boa quanto a do vento contra meu rosto. Enquanto eu, ainda um tanto desajeitada, pedalo no parque. Eu estou tão feliz com meu feito que começo a gargalhar.

-Olha, mamãe, eu consegui!

- Estou vendo, Bequinha, estou bem ao seu lado. - E ela realmente está, seu sorriso é tão largo quanto o meu.

Eu reparo no quão linda e suave é a risada dela, quando um grito assustado me trás de volta a realidade.

Acordo. Era só um sonho.

Mas o grito ainda estava ali, vindo de Sam.

Mas o grito ainda estava ali, vindo de Sam

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Eu sei. Eu sei anjos. Nós dissemos que demoraria para as três perolas voltem. Acontece que os planos mudam e essas três Deusas que vos falam estavam inspiradas demais para guardar isso para si, portanto, citando aqui Joey Tribianni, We Back Baby!!

Brincadeiras a parte, esperamos que aproveitem a historia gostosinha dessas três meninas. Que aprenderão que nenhum sentimento dura para sempre. Amor, dor, raiva ou até decepção.

A gente ama e no dia seguinte pode não amar mais.

Sente dor, mas com o tempo ela cicatriza e tudo que sobra são lembranças, sendo elas boas ou ruins.

Raiva de algo ou alguém, ou você a engole ou ela engole você.

Se decepcionar faz parte da jornada.

Tudo passa e a gente está aqui para sentir cada sentimento que nós é dado e supera-los também.

Beijos de Artemis, Atena e Afrodite.

8° ANDAR (SENDO REESCRITA)Onde histórias criam vida. Descubra agora