1° Capítulo - Bem vindo a minha vida

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A vida toda eu tive medo do carma, então cada ação que tomava, era milimetricamente calculada

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A vida toda eu tive medo do carma, então cada ação que tomava, era milimetricamente calculada. Media os prós e contras, a forma que afetaria meu futuro, minha vida em geral.

Minha vó costumava dizer: "seja aquele tipo de pessoa que gostaria que as pessoas fossem com você" — Que falta sinto dos conselhos dela.

Só me questiono se talvez isso, seja um dos motivos que me levaram no mesmo dia para o hospital e agora estar sentada em frente a psicóloga da universidade.

Dra. Rosemberg é negra. Seus traços são firmes e fortes e impões uma aparência fechada e de respeito. Quebra o silêncio notando meu descontentamento em estar ali.

— Srta. Fleming, sabe o por que está aqui? — Questiona curiosa.

Solto uma respiração que fez meus ombros relaxarem:

— Tive uma crise de ansiedade e o médico da universidade me pediu que viesse até a Sra.

— O Dr. Carlson, é um bom médico, sabe diagnosticar quando um problema é psicológico ou físico.

Queria não me sentir louca ao escutar isso.

Respirei fundo e por um instante era como se doesse. Mordo o canto superior do lábio e concordo:

— Acho que é a fase. Menos de um mês para me formar, ainda devo alguns pontos e tenho feito coisas demais.

— Me fala um pouco sobre sua rotina, família, seus relacionamentos.

Voltei o olhar nela, certamente meus olhos estão maiores do que realmente são.

Esse é o ponto! Tocar nesses assuntos tem me incomodado muito mais do que antes.

Fujo para a parte mais fácil:

— Terminei meu namoro a cerca de dois meses, a gente namorou por um ano.

— E como foi o término para você, Srta. Fleming?

— Pode me chamar só de Ava. — Pisco algumas vezes me lembrando de Austin, indago após molhar os lábios — Ele era bem legal, até demais, se preocupava comigo e era bem presente.

— Por que não deu certo?

Enchi os pulmões. Ainda sinto o remédio para me acalmar me deixar um pouco grogue.

Volto a atenção nela e forço um sorriso colocando uma mecha do meu cabelo que é ruivo acobreado atrás da orelha e por instante mordo o dedo mindinho.

Achei que era a parte mais fácil. Me enganei:

— Austin é de uma família rica. No dia de ações de graça, ele me levou para conhecer sua família. Quando bateram os olhos em mim, sabiam que eu não era do mesmo nível social deles. Acho que romances entre pessoas de classes sociais diferentes só funcionam na ficção. Me senti totalmente deslocada e em uma realidade que não condizia em nada com a minha. Depois disso ficou tudo estranho entre nós dois.

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