21° Capítulo - Unidos pelo Ódio

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A terceira lei de Newton, diz que para cada ação gera uma reação igual e oposta.

Se levarmos ao pé da letra, sabemos que toda decisão seja ela boa ou ruim, trará consequências, e as consequências não podem ser balanceadas ou anuladas, pois virão.

Mesmo que tardia, elas virão...

Aiden me contou sua vida, ao menos as melhores partes dela, sei que o momento não permite assuntos pesados, estamos todos feridos demais para remexer em feridas não cicatrizadas.

Sua visão de mundo é bonita. Embora ele seja e tenha consciência de que somos monstros. Ele acredita em redenção. Em um amor que seja grande o bastante para perdoar todas os erros cometidos e superar todas as dificuldades nos autoimpostas.

Talvez esperança seja a palavra certa para definir a visão dele. Acreditar que dias melhores virão e que os vivenciaremos desfrutando de cada segundo de paz que tivermos. Não que esses minutos de paz não existam em meio ao caos, mas são nesses momentos que sentimos com mais intensidade a dor.

Algumas batidas na porta do meu quarto desviaram nossa atenção para a mesma.

Stacy entra e fita Aiden:

— Não quero incomodar, mas estava pensando, tem uma humana na casa, Gabe e Ava ainda são recém-criados. Seria útil refazermos o estoque de bolsa de sangue.

— Sim. Eu ainda não tinha pensando nisso. Podemos ir ao banco de sangue local.

— Vou avisar o Isaac. — Ela sai.

Volto os olhos em Aiden e questiono:

— O que vocês fazem para conseguir?

— Hipnotizamos as pessoas do hospital e levamos a quantidade que conseguimos.

— E as câmeras de segurança?

— Hipnotizamos para que apaguem as gravações.

— São inteligentes.

— Quer ir? — Me olha incerto — Acha que consegue?

Olho sem saber uma resposta, uma coisa é estar perto de humanos sem respirar, outra é estar em um hospital com pessoas feridas e sangue por todos os lados.

Aiden se levanta e calça aquele sapato me olhando curioso. 

Ergo as sobrancelhas:

— Acha que eu consigo?

— O que não pode fazer?

— Perder o controle.

— Tem controle?

— Se eu tivesse, certamente saberia.

— Sim. Mas pode nos esperar no carro do lado de fora. Te fará bem sair um pouco. 

Concordo.

Ele seguiu em frente, acompanho-o direção ao segundo andar e vejo-o seguir até o seu quarto, caminho até a porta de saída da casa e abro-a olhando para o lado de fora, a floresta, sinto meus músculos tencionarem.

Ele pode estar lá fora nos espreitando. Nos observando.

Sinto meu coração descompassar e bato a porta me encostando a ela e me assusto ao ver Merrick me olhando com os olhos castanhos arregalados.

Abaixo o olhar sem graça, queria poder enfiar meu rosto em algum lugar para esconder o constrangimento.

Ele segue direção ao bar no canto da casa como se não tivesse visto nada.

Filhos das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora