Penúltimo Capítulo - Humanidade

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Machuque-me com a verdade, quebre-me com o que tenho medo de ouvir, faça-me sua confidente, porque é mais fácil aprender a viver com a dor, do que viver uma falsa realidade dentro das minhas ou suas expectativas...

Após eu dizer a Sienna que ela está grávida, era como se o tempo estivesse congelado, o desespero e adrenalina faz seu coração correr acelerado e sua respiração descompassar.

É visível que seus lábios secaram. Seu estado estática parece contaminar todas nós, apenas nos entreolhamos sem saber o que dizer, ou fazer.

Merrick e os outros se aproxima surpresos ao nos verem do lado de fora, antes que questionassem algo.

Sienna se voltou a ele com um olhar que fez todos se entreolharem confusos.

A loira toma a frente:

— Eu estou grávida. — Diz analisando a reação de Merrick.

A expressão em seu rosto é ilegível, mas com certeza ele não ficou surpreso.

Sienna começa a rir diante do silêncio e repete tentando se convencer.

— Eu estou grávida. Não. Não. Não. Eu... Eu estou mesmo. — Joga o cabelo para trás olhando para todos os lados. — Merda! Eu estou grávida!

— Sienna...

— A quanto tempo você sabe, Merrick?

— Falaremos disso quando você processar a informação.

— A quanto tempo porra?!

— Um pouco antes de sairmos de Portland.

Ela finalmente para de zanzar de um lado para o outro e o encara enquanto a novidade desce rasgando por sua garganta numa engolida seca.

— A minha vida virou de cabeça para baixo nos últimos meses. Por mais absurdo que seja é justificável eu não ter percebido. Mas, e você, qual a desculpa?

Os ombros de Merrick tencionam enquanto pensa cuidadosamente no que vai dizer:

— Não é uma desculpa, é a verdade, se eu tivesse contado você não partiria. Por mais que entendesse os riscos, por mais que quisesse vingança pela sua avó, você insistiria numa vida normal e arriscada ao lado de alguém que não poderia te proteger.

— Como pôde?

— Você não ia conseguir fazer a escolha certa. Não naquele momento.

— Você não tinha o direito!

— O que acha que ia acontecer? — Mallory se intromete. — Que conseguiria mantê-los seguros em Portland com metade do planeta atrás de vocês? Cai na real. É mais inteligente do que isso.

— Cala a boca sua vadia egoísta!

Os olhos de Sienna brilham reluzentes e Mallory cai no chão se contorcendo. Seus braços e pernas começam a necrosar. Feridas rasgam sua pele e as veias saltam causando um nível agudo de dor. A bruxa aperta os punhos sentindo-se traída e esbraveja:

— A dois minutos atrás estávamos bebendo e trocando confidência enquanto mentia na minha cara. Não vai dizer nem mais uma palavra ou vou acabar com você!

— Sienna, por favor, precisa se acalmar. — Jay se enfia na frente dela com um olhar pacífico. — Machucar as pessoas não vai fazer você se sentir melhor. Confia em mim.

— Confiar em você?! — Ela sorri enquanto Mallory se contorce no chão. — Durante os últimos meses confiar foi tudo o que fiz e o que ganhei com isso?

— Manter esse segredo foi a única maneira que encontramos de te deixar a salvo. De deixar os bebês a salvo. — Jay tenta tocar o braço de Sienna, mas ela se afasta perplexa:

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