Resistência?

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Camila arregalou os olhos, mas acreditando no que ouvira.

— O que disse?

— Disse que você é a resposta de Deus à minha prece de Natal. — Lauren repetiu.

"Talvez ela precise mesmo de um psiquiatra", Camila pensou.

— Você acreditou mesmo nessa história de viagem no tempo? — ela quis saber.

— Claro. É a única explicação que faz sentido.

— Para mim isso é um absurdo! — ela gritou.

— Lembre-se, eu disse que ia para a igreja quando levei o tiro, não? — Lauren a fitava nos olhos.

— Sim Lauren, mas...

— Espere. — ela interrompeu. — Ainda não lhe contei tudo. Pois bem, pensei que ia morrer... Eu sabia que estava morrendo, que não teria outra chance de uma vida decente, de um lugar meu, uma esposa. — Seus olhos brilharam com convicção. — Pouco antes de desmaiar, implorei a Deus, porque eu não queria morrer. — Ela continuava encarando Camila com intensidade. — Quando acordei, você foi a primeira pessoa que eu vi. A princípio achei que era um anjo. Agora acredito que você foi a resposta divina à minha prece de moribundo.

Camila sentiu um frio no estomago quando percebeu a precariedade da situação. Ela estava num quarto com uma mulher que acreditava tê-la recebido em resposta a suas preces. E o simples toque dos lábios dela contra os seus a fazia tremer de desejo... isso não a ajudou nem um pouco. E se ela decidisse tomá-la... ali naquele momento?

O pensamento teve um efeito enervante. O frio no estômago se transformou em expectativa incontrolável. O desejo aflorou, exigindo os prazeres mais proibidos. A própria intensidade de sua reação involuntária lhe trouxe de volta o bom senso.

"Controle-se", doutora", se aconselhou. "Mantenha a distância conveniente. Você não pode se dar ao luxo de se envolver emocionalmente numa situação bizarra demais. Ela está perdida. Não se perca com ela. Saia já do quarto, doutora!"

Agindo de acordo com seu excelente conselho, ela assumiu uma postura mais profissional.

— Por que tem tanta certeza de que sou a resposta a sua prece, Lauren?

— Já lhe disse. É a única explicação que faz sentido.

Camila respirou fundo, se controlando.

— Mas, para mim, não faz sentido. Eu não entendo. Quero que explique para mim.

— Quero beijar você.

— Não seria sensato.... — ela murmurou, falando mais para si que para ela.

Lauren lhe fitava a boca com grande paixão.

— Camz, preciso beijá-la.

Ela baixava a cabeça devagar, e Camila sentiu o coração disparar.

— Laur, escute. — ela murmurou numa voz baixa e rouca. — Vamos conversar sobre...

— Não fale... — Ela comentou, a silenciando com sua boca.

Camila resistiu à tentação do beijo ardente por alguns segundos. Então toda sua determinação desapareceu. Cedendo ao próprio desejo, se entregou ao encanto irresistível da boca e do belo corpo daquela mulher. A enlaçou, então, pela cintura, tremendo com a sensação que lhe roubava toda a força.

Lauren a segurou pelos quadris com as grandes mãos, a aconchegando a seu corpo, fazendo Camila suspirar ao sentir o desejo que despertara nela. Ela gemeu quando Lauren lhe invadiu a boca com a língua, numa posse mais completa.

Viajante - Camren GpOnde histórias criam vida. Descubra agora