Resposta a Prece

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Se lembrando da expressão dele quando viu o carro pela primeira vez ao deixarem o hospital, Camila riu.

— Você não pareceu nem um pouco chocada. Aliás, eu poderia jurar que adorou o passeio.

Os olhos dela brilharam, divertidos.

— Adorei mesmo. Com certeza é melhor do que passar o dia congelando o traseiro no lombo de um cavalo. — Ela riu. — Pensando nisso, é bem mais rápido e confortável.

O som sedutor do riso de Lauren a fez se arrepiar. Num esforço para combater o calor se espalhando por seu corpo, Camila mudou a expressão, passando a exibir um ar severo de reprovação.

— Você reclama muito. — ela comentou num tom frio de censura. — Não é mesmo?

— Sim. — Os lábios de Lauren se curvaram num sorriso provocante, deixando à mostra os dentes alvos, dando um testemunho silencioso de uma das comodidades do século XXI à qual se habituara rápido: ela adorava o sabor de pasta dental, ficar debaixo do chuveiro e assistir televisão. — Devo ter adquirido o hábito com as companhias com quem ando.

— Com quem costumava andar. — Camila corrigiu, a fazendo se lembrar de que não estava mais no velho Oeste.

— É. — Lauren suspirou. — Mesmo com tudo que tenho visto nos dois últimos dias, ainda é difícil de acreditar.

— Eu sei.

— Calculo que seja difícil para você também. — Ela observou.

— Sim.

Lauren sorriu e fez um gesto com a cabeça apontando para trás dela.

— Cuidado com a porta... — Ela arqueou uma sobrancelha. — Você está perto da porta para poder fugir rápido se eu pular para o seu lado?

Se lembrando do beijo que haviam trocado no hospital, Camila, espantada com a intensidade de sua própria reação, evitava um contato mais próximo com Lauren. Mas como conseguiria isso agora, com ela instalada no apartamento?

— Não, é claro que não temo a sua aproximação. — ela negou, ao avançar para o meio da sala. — Eu estava apenas observando como você reage ao apartamento.

— Isso é o apartamento todo?

— Não. — Camila murmurou, tirando o casaco enquanto passava por ela. — Esta é a sala. Me deixe guardar a jaqueta e o boné e depois lhe mostrarei as outras dependências.

O apartamento, decorado com bom gosto, aconchegante e confortável, era espaçoso e equivalia a uma casa média, com uma cozinha, uma pequena sala de jantar, sala de estar, uma suíte, três quartos, o menor dos quais funcionava como sala de leitura, um banheiro e um lavabo.

Lauren estava impressionada com o apartamento.

Isso tudo é seu? — ela indagou quando voltaram á sala. — Você mora aqui sozinha?

— Sim. — Camilai riu. — Este é meu lar.

— Você é a dona?

Camila se sentia contente e orgulhosa pelos frutos de sua perícia e dedicação à profissão escolhida.

— Sim, sou a dona.

— Maravilhoso... — Lauren murmurou, olhando ao redor. — A casa onde cresci não era a metade em tamanho ou beleza. — Voltou o olhar para ela, a surpreendendo com uma expressão admirada. — Você é uma mulher impressionante, doutora.

Viajante - Camren GpOnde histórias criam vida. Descubra agora