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Lauren fitava admirado a morena que caminhava na direção de sua cama. Presenciara fatos desconcertantes desde que acordara, mas a chegada daquela mulher era o mais intrigante de todos.

Sem dúvida, era a mesma mulher que antes considerara um anjo. Camila Cabello, médica-cirurgiã. Sua aparência, ao mesmo tempo, a desconcertava e provocava uma estranha sensação.

O cabelo solto e desalinhado pelo vento, os lábios tentadores pintados de vermelho e brilhando com um aspecto úmido. As orelhas ostentavam argolas de ouro e as pálpebras tinham uma sombra brilhante cor de bronze.

Comparada às mulheres decentes das quais Lauren lembrava, todas sem pintura, parecia uma libertina. Ela sentia o perfume dela se espalhando pelo quarto. Com aparência de libertina ou não, ela era a mulher mais linda que já vira...

Sentindo a reação de seu corpo, Lauren baixou o olhar, e experimentou um choque ainda maior.

Quando a vira pela primeira vez, depois de acordar da cirurgia, ela vestia algo parecido com um saco verde, sem forma e amarrotado, e o cabelo dela estava preso atrás, revelando um rosto pálido.

Agora, Camila usava um blazer sobre a blusa branca e havia um brilho rosado em seu rosto. Lauren estava assustadíssima com o comprimento da saia, que mal cobria os joelhos! Então, ela lançou um olhar escandalizado e apreciativo ao longo das pernas e tornozelos elegantes, arregalando os olhos ao fitar os sapatos pretos, cujos saltos fino deviam medir, no mínimo, sete centímetros.

— Alguma coisa a incomoda?

Ela sentiu um arrepio ao longo da espinha diante do som melodioso daquela voz.

— Muitas coisas... — Lauren murmurou com secura, sem mencionar que a proximidade dela era a mais perturbadora de todas.

— Bem, talvez eu possa ajudá-la.

Camila sorriu e puxou uma cadeira para perto da cama, se acomodando em seguida.

— Talvez. — ela respondeu, pensando que Camila podia resolver seu problema.

Ela ficou em silêncio por um momento, esperando.

— Então?

Distraída, Lauren apenas a encarou.

— Então, o quê?

Camila riu com suavidade.

— A enfermeira comentou sua melhora... achou surpreendente, e disse que você saiu um pouco da cama depois de acordar.

— Sim. Por ordens suas.

— É verdade. Deixei instruções. Como foi?

— Não lhe contaram? — Ela sorriu com ar de censura.

— É claro. Agora quero saber como você acha que está.

— Me senti um pouco tonta, fraca. — ela admitiu. — Não gostei da sensação.

— Ninguém gosta. E como está se sentindo agora?

— Faminta.

Camila pareceu espantada diante da resposta mal-humorada.

— Mas me informaram que haviam lhe servido uma refeição!

— Talvez o pessoal por aqui chame de refeição um gole de sopa, chá fraco e uma colherada de uma coisa parecida com geléia, mas eu, não.

— Mas uma dieta suave é necessária depois da cirurgia.

— Por quê?

— Por causa da anestesia. — Ela sorriu, tentando acalmá-la, sem resultados visíveis. — Alguns pacientes sentem náuseas e às vezes até passam mal.

Viajante - Camren GpOnde histórias criam vida. Descubra agora