Capítulo Um - Sebastian

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Eu estava muito bem naquela tarde, lendo na biblioteca, quando o meu pai chegou

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Eu estava muito bem naquela tarde, lendo na biblioteca, quando o meu pai chegou.

Ele entrou de forma silenciosa e casualmente se sentou em uma poltrona próxima, cruzando as mãos no colo e olhando diretamente para mim.

Incomodado, fechei o livro e olhei para ele, que parecia bastante tranquilo.

"O senhor não deveria estar no parlamento?", perguntei, porque vê-lo ali sentado no meio do dia, com nenhum papel à vista, parecendo ter todo o tempo do mundo, não era algo que eu via com muita frequência.

Talvez nunca fosse a palavra mais adequada.

"Ah, não", ele respondeu dando de ombros. "A reunião acabou mais cedo hoje e decidi dar um tempo do trabalho."

Ok, aquilo era estranho.

Desde quando meu pai dava um tempo do trabalho?

De maneira involuntária ajeitei meus óculos e estreitei os olhos para ele.

"Posso ajudar em alguma coisa?"

Aquela era minha maneira sutil de perguntar o que diabos estava acontecendo. Eu esperava que ele entendesse o recado.

"Bom, na verdade eu queria mesmo ter uma palavrinha com você."

Antes que ele continuasse, eu suspirei, já imaginando do que se tratava.

Eu tinha me formado na educação básica há menos de duas semanas e desde então não tinha saído de casa, na verdade, eu estava me limitando bastante ao meu quarto e a biblioteca, que agora era onde eu passava boa parte do meu tempo ocioso.

Mas aquilo não deveria ser novidade para o meu pai. Mesmo dois meses antes de prestar os exames finais, eu só ia do colégio para casa e da casa para o colégio, me obrigando a terminar aquele capítulo da minha vida por mais que não estivesse nem um pouco motivado para aquilo.

Agora que tinha decidido não ingressar em nenhuma universidade por um tempo indeterminado e as férias de verão tinham finalmente chegado, não era como se eu tivesse mesmo muita coisa para fazer. Ou como se eu quisesse fazer alguma coisa.

Estava bem do jeito que estava e era isso que vivia dizendo para o meu pai, mas ele parecia incapaz de compreender.

"Pai", comecei calmamente, mas antes que continuasse ele me cortou e disse:

"Você não pode continuar assim, Sebastian", falou, fazendo com que eu suspirasse, impaciente.

"Nós já conversamos sobre isso", eu disse.

"Não conversamos não", ele rebateu. "Todas as vezes em que tentei você simplesmente saiu e me deixou falando sozinho.

Bom, eu não tinha muita certeza se ele estava errado. Talvez eu o tenha deixado falando sozinho na metade das vezes. Na outra metade eu só fingia não escutar.

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora