Capítulo Dois - Penelope

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 "Nós podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil, você escolhe", falei naquele instante, enxugando o suor da testa com o antebraço e soprando uma mecha do cabelo para longe do olho

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"Nós podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil, você escolhe", falei naquele instante, enxugando o suor da testa com o antebraço e soprando uma mecha do cabelo para longe do olho. "Mas já aviso que não sou do tipo que desiste fácil."

Encarei a mala amarela em cima da minha cama, que graças a Deus continuou calada. Eu não sabia muito bem o que faria se ela de repente começasse a responder às minhas provocações.

"Muito bem, nós vamos do jeito difícil então", disse, em seguida subindo na cama e sentando em cima da mala. "Você vai fechar, ouviu? Porque não existe a mais ínfima possibilidade de que eu deixe alguma peça de roupa para trás."

Decidida, agarrei o zíper com uma mão e tentei socar minhas roupas lá dentro pela abertura, de modo que elas pudessem se arranjar de uma maneira que coubessem na mala.

Depois de alguns segundos de esforço, comecei a pensar que talvez eu não precisasse muito daquele cachecol azul em Arthenia, aliás, estávamos em pleno verão.

Mas o tempo era instável em Steinorth. Todos sabiam disso.

Talvez a temperatura caísse, talvez Crownworth fosse bem mais frio do que eu pensava, e nada no mundo tinha o poder de me manter tão quentinha quanto aquele cachecol de tricô.

"Não vou ir sem o cachecol", anunciei em voz alta, mais para tentar convencer a mim mesma. "Nem sem nenhuma das minhas roupas. Por isso, é melhor ceder."

Eu já estava prestes a me levantar e dar pulinhos em cima da mala quando a porta do meu quarto foi aberta e meu irmão entrou, fazendo com que eu me assustasse e caísse no colchão.

"Por Deus, o que aconteceu aqui?", ele perguntou, os olhos passando de um lado ao outro do quarto como se de repente o cômodo tivesse virado um safári cheio de leões ou algo do tipo. "Parece que o Furacão Penelope entrou para a categoria cinco desta vez."

Com um sorrisinho, afastei meus cabelos dos olhos e olhei para Sam.

"Que bom que você apareceu. Pode me ajudar com essa mala? Ela não está cooperando muito."

Meu irmão se aproximou da cama e analisou minha mala amarela por alguns segundos antes de dizer:

"Isso aí não vai fechar, não."

"É claro que vai", retruquei.

"Só se você fizer mágica." Ele olhou para mim, erguendo uma sobrancelha. "Por que não tira tudo daí de dentro e tenta arrumar de uma maneira mais organizada?"

"Porque isso vai levar um tempo que eu não tenho", reclamei, pulando da cama e olhando para o meu quarto, que de fato já tinha visto dias melhores.

Apesar das minhas malas com roupas estarem praticamente todas prontas - apenas a amarela insistia em me dar problema - ainda havia bastante coisa para arrumar.

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora