Capítulo Quatro - Penelope

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O pouso em Arthenia foi tranquilo

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O pouso em Arthenia foi tranquilo. Ou, pelo menos, o mais tranquilo que poderia ser considerando a pequena quantidade de repórteres que me esperavam do lado de fora do aeroporto, com suas câmeras e microfones apontados diretamente para mim.

Aparentemente a minha chegada à cidade não tinha conseguido se manter tanto em segredo quanto o meu pai e o rei desejaram, mas tentei não ligar muito para aquilo, embora minhas mãos suassem e eu me sentisse um tanto quanto apreensiva ao pensar no que as revistas de fofoca diriam sobre mim e o quão rápido a notícia da minha chegada em Arthenia se espalharia.

Conforme era conduzida junto de tia Matilde por um punhado de guardas do palácio que nos esperavam no aeroporto até uma limusine luxuosa, tentei respirar fundo e pensar que apesar da minha localização atual em breve não ser mais um segredo, eu pelo menos estava a centenas de quilômetros de Lyria, o que consequentemente me colocava a centenas de quilômetros de Damien também.

Senti um arrepio perturbador subir pela minha espinha ao pensar naquele nome e cravei as unhas nas palmas das mãos, me obrigando a manter o controle.

Era hora de deixar aquilo para trás de uma vez por todas. Damien e o que tinha acontecido entre nós devia pertencer ao passado e não mais me atingir, aliás, aquele era um dos motivos pelos quais eu tinha fugido para Arthenia. Ali era um lugar em que o medo não podia mais me manter aprisionada.

"Você está bem?", ouvi a voz de tia Matilde perguntar de repente, quando a limusine começou a se deslocar deixando o aeroporto para trás. Percebi que atrás de nós e à nossa frente havia carros pretos do palácio, nos escoltando por toda a cidade.

"Estou sim", respondi, olhando para a minha tia e tentando soar o mais natural possível. "Só um pouco nervosa."

Tia Matilde não respondeu, ao invés disso tirou um espelhinho da bolsa e começou a ajeitar os cabelos pela centésima vez desde que tínhamos saído de Lyria.

Como que influenciada pela preocupação dela com a aparência, me peguei encarando meu reflexo na janela do carro, passando as mãos nervosamente pelo cabelo que caía sobre os ombros sem nenhum penteado sofisticado ou coisa parecida.

Minhas olheiras ainda estavam visíveis apesar da maquiagem que eu tinha aplicado antes de sair de casa, entregando as poucas horas de sono que tivera na noite anterior.

Conforte a limusine passava pelas ruas da cidade, vi muita gente parar suas atividades cotidianas para olhar curiosos para nós, com certeza notando o enorme brasão da família real estampado na lataria do carro.

Pensei que Arthenia não era muito diferente das outras capitais dos condados que eu já tinha conhecido. Populosa e de grandes arranha-céus, era um lugar agitado que parecia oferecer uma porção de atividades que eu já estava ansiosa para participar. Fazia um bom tempo desde que eu saíra de casa para me divertir pela última vez...

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora