Capítulo Trinta e Quatro - Penelope

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SEMPRE PENSEI QUE NUNCA PASSARIA por uma situação que me deixasse tão assustada quanto o dia em que fiquei presa no banheiro do meu quarto, sentindo como se fosse morrer sufocada a qualquer minuto

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SEMPRE PENSEI QUE NUNCA PASSARIA por uma situação que me deixasse tão assustada quanto o dia em que fiquei presa no banheiro do meu quarto, sentindo como se fosse morrer sufocada a qualquer minuto.

Mas pelo jeito eu estava errada. Devia saber que a vida é cheia de surpresas.

Quando olhei para Damien parado na porta e me encarando com aqueles imperturbáveis olhos azuis que me atormentavam em pesadelos, foi como se todo o calor fosse sugado da sala. Eu engoli em seco, tentando fazer com que minhas pernas continuassem sustentando o meu peso. Tudo que conseguia ouvir era o som do meu coração batendo acelerado.

"Estava com tantas saudades, Penny", Damien disse, sua voz gentil ecoando dentro da minha cabeça. "Tem ideia de quanto tempo faz que não nos encontramos?"

Não, eu não tinha. Nem queria saber. Me apoiei no braço do sofá que estava atrás de mim. Eu não podia entrar em desespero. Tinha que pensar, tinha que fazer alguma coisa. Qualquer coisa.

Damien deu um passo na minha direção e eu me encolhi. Ele parou no lugar e me olhou com os olhos semicerrados.

"Não precisa ficar assustada."

Talvez, se me sentisse um pouco mais segura, eu teria rido daquilo.

"Como você entrou aqui?", eu perguntei, me surpreendendo que ainda conseguisse fazer algo tão trivial quanto falar, levando em conta o meu desespero.

"Ah, Penny..." Damien sorriu para mim e se aproximou mais um pouco. "Você sabe. Eu estava com tantas saudades... E também estava preocupado. Estava esperando a oportunidade certa para me encontrar com você, por isso fiquei..." Ele soltou uma risadinha e coçou a cabeça, como um garoto pego em uma travessura. "Fiquei escondido pela colina, perto da estrada. Sempre venho e fico esperando você aparecer, geralmente com ele."

"Foi assim que você me seguiu até Arthenia...", sussurrei baixinho, segurando com mais força o braço do sofá.

O tempo todo, ou pelo menos por boa parte dele, Damien tinha ficado escondido entre as árvores densas da colina do castelo, longe o suficiente dos muros do palácio para não ser visto pelos guardas. Ninguém notaria a presença dele, a não ser se estivesse procurando.

"Eu estava por aqui hoje, um pouco mais acima, quando vi você pela janela do carro", ele continuou dizendo. Damien colocou as mãos nos bolsos da calça jeans e deu de ombros. "Segui vocês dois e vi quando entraram na casa. Sabe, a porta estava destrancada, então..." Ele não completou, apenas sorriu para mim de uma maneira tímida.

Sebastian e eu não tínhamos mesmo trancado a porta. E agora que parava para pensar, me lembrava de tê-lo visto desligar os alarmes antes que adentrássemos a casa. Nós não tínhamos pensado que alguém poderia tentar entrar. É claro que não. Estávamos perto do palácio e... Bom, tinha tanta coisa acontecendo. Toda a situação com Amélia tinha me feito esquecer Damien. Pelo menos um pouco.

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora