Capítulo Vinte e Quatro - Penelope

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EU NÃO FAZIA IDEIA DO que estava fazendo

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EU NÃO FAZIA IDEIA DO que estava fazendo. Havia um zumbido estranho nos meus ouvidos e algo em mim despertou quando vi Sebastian desaparecer dentro do banheiro masculino. Quando vi, eu já estava saindo do corredor e indo atrás daquela garota.

Não sabia qual caminho Giulia tinha tomado naquele lugar enorme, mas segui na direção para onde ela tinha virado da primeira vez que a vi. Por sorte a encontrei antes que cruzasse as portas que levavam ao amplo espaço circular do restaurante, onde os outros poucos clientes se encontravam.

"Posso falar com você?", perguntei antes que ela se afastasse demais. Giulia então se virou e voltou os olhos para mim com uma expressão de tédio.

Ela estava vestida como se estivesse pronta para um desfile de moda. As roupas impecáveis e a maquiagem perfeita a faziam parecer uma estátua de cera, a única diferença era que estátuas de cera não costumam nos olhar como se quisessem nos queimar vivos.

"Penelope, não é?", ela falou com uma voz afetada, girando nos saltos altos e olhando para mim. "Acho que eu ouvi falar de você."

"E eu ouvi falar de você", respondi, cerrando as mãos em punhos. A expressão no rosto de Sebastian continuava bem clara na minha mente quando o tinha encontrado minutos mais cedo. Era óbvio que ele não estaria feliz por encontrar a ex-namorada por acaso – quem estaria feliz com uma situação daquelas? – mas tinha algo mais. O modo como evitou me olhar e fugiu o mais rápido possível deixou aquilo bem claro para mim. "Olha, eu sei que não te conheço e também sei que você não tem que me dar explicações, mas..."

"Você tem razão", ela me interrompeu, e apesar de saber que era um pouco mais nova do que eu, fiquei impressionada com o modo que ela me olhou de cima, como se eu não fosse mais do que uma pequena pedra em seu caminho. "Eu não tenho que te dar explicações. Na verdade, deixei um rapaz esperando. Se me der licença..."

Não sei o que me impulsionou naquele momento, mas antes que eu percebesse já estava de frente para ela, bloqueando seu caminho.

Cruzei os braços na frente do corpo, decidida.

"O que você disse para ele?", perguntei de uma vez. Já não me importava mais que eu não a conhecesse ou que estivesse sendo indelicada, sabia que alguma coisa tinha acontecido naquele corredor, assim como sabia que aquela garota tinha no mínimo um caráter duvidoso.

Ainda não havia esquecido o que Sebastian me contara sobre ela na noite anterior. Quanto mais pensava a respeito, mais difícil era acreditar que Giulia havia terminado com ele por conta de sua lesão.

Para a minha surpresa, ela soltou uma risada e inclinou a cabeça na minha direção, como se pensasse no melhor jeito de me empurrar para fora do caminho sem demandar muito esforço. Bom, ela teria de tentar mais do que alguns olhares agressivos.

"Só disse a verdade, se é isso que quer saber", ela falou por fim.

"Que verdade?"

Giulia soltou um suspiro demorado e semicerrou os olhos na minha direção. Ela tentou passar por mim, mas voltei a bloquear seu caminho.

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaOnde histórias criam vida. Descubra agora