O RESTAURANTE FICAVA BEM LONGE do pub onde a mãe de Penelope costumava trabalhar. Enquanto eu dirigia, Penny fez o melhor para ajeitar o cabelo e alinhar suas roupas coloridas. O dia estava quente, mas mesmo assim fechei meu casaco por completo. Sem chance de sair por aí como eu mesmo vestindo aquela camisa havaiana.Enquanto dirigia em direção ao restaurante, não conseguia deixar de olhar para Penelope de tempos em tempos, para garantir que estava bem. O que aquela mulher tinha dito no pub sobre sua mãe tinha mexido muito com ela. Na verdade, eu acreditava que toda aquela situação estava abalando Penelope mais do que ela se dava conta.
Aquele desejo de encontrar a mãe... Eu o entendia completamente. Faria qualquer coisa para ver minha própria mãe de novo, nem que fosse por um segundo. Durante a vida, tinha ouvido todos ao meu redor dizerem como ela havia sido uma boa pessoa, quanto amava a mim e aos meus irmãos e como estaria orgulhosa de nós três. Mas Penelope? Ela não tinha tido nada daquilo. Ela não sabia quem a mãe era e ninguém nunca tinha lhe contado histórias a seu respeito. De alguma forma, pensei que talvez aquela situação fosse ainda pior do que perder alguém para a morte.
Esperava que o encontro com a avó de Penelope mais tarde trouxesse algum tipo de conforto para ela.
"Chegamos", disse em voz alta algum tempo depois, desacelerando o carro até que parássemos perto de um restaurante grande em um dos bairros nobres da cidade. "Conversei com uma moça da equipe do palácio e ela disse ter conseguido um lugar particular para a gente. De todo modo, o restaurante não parece estar muito cheio. Acho que vamos conseguir entrar sem sermos vistos."
Penelope olhou para o restaurante pela janela do carro e sorriu para mim de maneira brincalhona.
"Então você também tem um gosto para espaços luxuosos?"
"Até parece que você nunca pisou em um lugar do tipo."
"Talvez você esteja certo. Mas essa é a primeira, ou melhor, segunda vez, em que estou acompanhada de um príncipe. Isso dá muito mais glamour à coisa."
Soltei uma risada baixa e olhei para ela. Seus olhos brilhavam e as lágrimas que tinha deixado derramar minutos antes já tinham sido esquecidas. Me perguntei como ela fazia tudo parecer tão leve e simples mesmo depois de situações como aquela no pub.
Penelope e eu descemos do carro e entreguei a chave para um manobrista que já esperava por nós. Olhei ao redor e constatei que não havia ninguém da imprensa à vista. Tanto Penelope quanto eu soltamos um suspiro de alívio.
Eu já tinha ido até aquele restaurante algumas vezes com Margot e Steven, por isso sabia que não teria problemas com a cadeira de rodas. Um caminho ladrilhado com pedras brancas nos levou até uma rampa, que por sua vez conduzia até uma das grandes portas de vidro da entrada. Lá, uma mulher de cabelos escuros se apresentou como gerente do restaurante. Pelo jeito o pessoal do palácio tinha falado diretamente com ela, que estava acompanhada de dois seguranças enormes.
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Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa Arthenia
RomanceA vida do príncipe Sebastian Arthenia estava indo bem até ele descobrir as traições da namorada e seu verdadeiro interesse por trás de seu relacionamento com ele. Depois de se sentir amado pela primeira vez por ser quem realmente é e além de sua lim...