Hunther chegou uns segundos depois dele se virar e sair caminhando, Hunther correu até mim.
-O que ele está fazendo aqui? Ele te machucou?
-Não, eu estou bem!
-Ele estava com a aparência de mais velho, mas eu o reconheceria até no escuro!
Hunther se sentou do meu lado com os olhos cheio de magia, ele pegou minha mão.
--Tem certeza?
-Só estou confusa!
-O que é isso?
-Um presente de aniversário, quero abrir, mas estou com medo de que tenha um feitiço ou algo do tipo.
-Posso?-Claro!
Ele pegou a caixinha nas duas mãos e fechou os olhos, inspirou e depois me entregou a caixinha.
-Não, Parece só algum tipo de metal, prata talvez!
-Sério?
Abri a caixinha e dentro tinha um bracelete, um Dragão oriental de prata envelhecida, nos olhos dois rubis vermelhos.
-Bonito!
-Era da minha mãe!
Deixei minha magia se esvair e ele também.
-Você está se sentindo bem com isso tudo?
-Mais ou menos, não sei o que pensar!
-Agora me diga o que faz aqui sozinha?
-Não aguentei ficar sozinha, eu precisava sair um pouco, tomar um sorvete, mas e você o que faz só?
-Eu dei uma fugida para comprar um presente pra Luna, vem me ajudar!
Ele pegou minha mão, e me arrastou, no caminho até a joalheria contei tudo o que tinha ocorrido ali comigo, entramos na loja.
O que será que ela gosta?!
-Olha, a Luna não é muito chegada a coisas muito espalhafatosas, para ela até um anel de coco é mais valioso que qualquer joia cara!
-Eu sei, mas eu queria dar alguma coisa de natal pra ela que a fizesse se lembrar de mim.
Começamos a olhar as joias, a atendente mantinha os olhos em mim, como se eu fosse roubar alguma coisa, a ignorei e segui olhando, encontrei um mostruário com anéis de prata com pedras naturais, reconheci de imediato uma pedra da lua verdadeira, eu aprendi muito sobre pedras quando andei com o Gui, essa pedra vinha da Índia, a pedra era meio oval, e o anel tinha linhas de prata com arabescos e no final tinham bolinhas que seguravam a pedra.
-Hunther, olha este, é uma pedra da lua!
-É perfeito! Moça quero este aqui e este outro também!
O outro que ele apontou era um anel de Dragão de prata.
-Lóla, olha esse aqui, será que ela usaria?
Era um colar de ouro branco bem fininho com um pingente o sol de ouro amarelo, e a lua de ouro branco ambos encaixados, como o meu relicário.
-Acho que ela vai amar, eu tenho um relicário com essa imagem, Ben me deu antes de eu partir, eu nunca tirei ele do meu peito!
-Não o vi!
-Este!
Puxei-o de dentro da roupa, para mostrar a ele.
-Muito lindo mesmo!
-Acho que vocês tem bom gosto!
Ele sorriu, pagou e saímos dali falando coisas engraçadas, no caminho encontrei um casal de hippies e comprei muitas pedras brutas pequenas, depois fomos a uma lojinha de artesanato e comprei cordão encerado, eu mesma faria os presentes para dar no natal.
-Vamos?
-Bora!
Caminhamos mais umas quadras e encontramos Ben, Cosmo e Luna cantando desafinados dentro da camionete, Hunther havia me dado os presentes da Luna para guardar, entramos no carro, e Luna me olhou com cara de mãe brava.
- O que faz aqui mocinha?
-Vim ver se estavam gastando muito!
-Sei!Então no caminho contei a eles o que tinha acontecido, eles me olharam mudos, Hunther que quebrou o silêncio.
-É eu sei, também fiquei pasmo!
Chegando em casa, contei tudo novamente enquanto tomávamos café, a Tia ficou desconfiada de que ele tivesse tramando alguma coisa, estendi a caixinha pra vó.
-Ele me deu isto!
A vó abriu e a pegou na mão.
-Foi seu avô quem deu pra ela, nem acredito que ele te devolveu.
-Nem acredito que é verdade, mas acho que fiz ele me querer ainda mais com a história de ter sangue do Dragão.
-Mas se ele te quisesse tanto teria te lavado hoje mesmo! -Disse Cosmo.
-Aí é que está, ou ele está tentando me conquistar para eu ir de bom grado para o lado dele ou ele vai esperar o momento certo para me buscar!
-Pode ser! -disse a tia.
-Só sei que vocês tem que estarem preparados para tudo! – disse minha vó.
-Estaremos! – disse Ben.
A vó me entregou o bracelete e eu o coloquei no braço, nesse momento meus olhos desfocaram, e foram a uma visão, um rapaz mostrando um bracelete a um Dragão branco, ele era como uma pedra da lua no sol, suas escamas refletiam um arco íris quando se movimentava, o Dragão abençoou o bracelete, depois vi uma corrente humana, passando o bracelete de geração para geração até chegar ao meu avô, eu o reconheci pelas fotos, ele deu o bracelete a minha mãe deduzi, pois era pequena, mas muito parecida comigo, talvez ela tivesse uns 8 ou 9 anos, ele lhe disse que passasse para seu primogênito e assim por diante, depois começou a aparecer pequenos fleches dela crescendo, ela com o meu pai jovem, eles pareciam um casal apaixonado, muitos momentos bons entre eles, ela contando sobre estar gravida, ele ficou feliz e a girou no ar sorrindo, ele conversando com a barriga dela, e depois ela ouvindo escondida atrás de um pilar, ouviu os planos para o bebê, ela sussurrou "Não, não pode ser, ele me enganou todo esse tempo, a Lu tinha razão!", outro fleche, ela dizendo que iria comprar algumas coisas que faltava para o bebê, ele lhe deu dinheiro e lhe deu um beijo, depois ela correndo no campo, ela me deu a luz no meio do campo em silêncio, ela me levantou suada e sorridente, ela me levantou, eu não chorei, apenas gemi e fazia alguns sons, "Minha filha, minha vida, meu amor, meu verdadeiro amor, eu vou te amar mesmo depois de morta, eu vou te proteger nem que seja a última coisa que eu faça!", ela pegou uma cordinha e amarrou meu umbigo, depois passou a tesoura e cortou, depois ela correndo até chegar na frente da casa grande da tia, saiu um homem correndo, e chamou a tia que veio correndo com uma barriga enorme, "Lila!?" "Por favor, por favor me ajuda, você tinha razão, mas agora é tarde pra mim, ele está vindo eu sinto isso, eu só confio em você para protege-la, esconda-a até de minha mãe" "Lila posso te proteger também, fique aqui!" "Não Lu, ele está se aproximando, eu vou dizer que perdi a criança, e você vai esconde-la até ela ficar maior de idade, agora adeus minha melhor amiga, minha irmã de alma!" "Não, Lila!" " O Nome dela é Lóla!, me prometa Lu!" "eu prometo, que vou amá-la e protege-la" então minha mãe correu em direção a porteira, ela estava quase chegando a porteira quando minha vó lhe gritou "Lila não vá minha filha!" "Adeus minha mãe, te amo!" e correu porteira a fora, ele a esperava do lado de fora ''Onde está meu filho?'' ''Eu o perdi, ele morreu'' "onde ele está Lila?'' "Estou falando a verdade, eu o enterrei!" "impossível, ele era forte eu mesmo ouvi o coração dele batendo forte ainda ontem!" "Olhe eu ainda estou sangrando, ele morreu!" "Lila, você não está me dando escolha, eu quero o meu filho vivo ou morto!" Ele a levantou sem ao menos toca-la minha mãe parecia sufocar "Você nunca o terá para sacrifica-lo, eu o gerei e eu o matei!" Ela estava mentindo para me proteger "Eu vou encontra-lo Lila, isso é uma promessa'' "NÃO!" Gritou minha vó, o corpo de minha mãe escorregou e o bracelete ficou na mão dele, vi o momento exato em que ela fechou os olhos com lágrimas escorrendo. Meus olhos tentaram ganhar foco, mas tudo que eu ouvia eram gritos das pessoas que amam me chamando, eu não conseguia enxergar nada por conta das lágrimas, a tia estava na minha frente tentando me chacoalhar e eu a abracei e chorei, até a dor no peito me derrotar e meu cérebro apagar.
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Os Descendentes 2 -A Morte não é o Fim.
FantasyLivro dois da trilogia Os Descendentes.