Acordei com todos a minha volta no sofá da sala, eu estava aninhada no colo de Ben.
-Oi! Sussurrou ele quando eu abri os olhos.
-Oi!
Todos me olhavam preocupados.
-Eu estou bem!-O que aconteceu com você?
-Eu tive digamos que um flash back da vida da minha mãe até a hora em que ela fechou os olhos para sempre!
-Sinto muito!
-Eu vi o desespero dela... ela me protegeu até o último segundo, eu não vou permitir que ele encoste em um fio de cabelo meu!
-Nenhum de nós vai permitir deixar ele encostar em você! - Disse Luna.
-Ele disse que tenho algo dele além dos olhos, e se realmente tenho vou usar isso contra ele!
Luna estava do nosso lado com a cabeça dela encostada na minha, e antes que a raiva me tomasse, Luna inventou uma distração que eu amava.
-Acho que estamos precisando de uma maratona de filmes!
-Concordo! -Falei.
Ela me conhecia bem, eles faziam de tudo para eu me sentir bem, como não os amar, Luna pegou Cosmo e Hunther pela mão os arrastando para cozinha, nos deixando a sós, Ben acariciou meu rosto, eu o beijei carinhosamente, logo em seguida Cosmo entrou carregando duas garrafas de refri e copos, Hunther voltou com três potes enormes de pipocas, logo em seguida Luna veio com um monte de porcarias nas mãos.
-Nossa vocês querem me ver feliz mesmo!
-Comer é uma das melhores coisas da vida! -disse Cosmo rindo.
-Concordo! - falei.
Ben havia me contado, que passou a primeira noite que parti assistindo filme com a Luna, é um jeito que ela tinha de distrair nossas mentes. Fui a única que assistiu todos os filmes até o fim, Luna e Hunther foram os primeiros a dormirem, Ben encostou a cabeça na lateral do sofá e apagou, Cosmo aguentou um pouco mais, ficamos rindo enquanto eles roncavam, desliguei a tv e me encostei em Ben. Escutei um pigarro fraco e logo em seguida outro mais alto, era a deixa para abrir meus olhos.
'' Parabéns, parabéns
Saúde e felicidade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade.Que Deus velho te conceda
Com sua benevolência
Muitas, muitas campereadas
Na invernada da existência.Parabéns, parabéns
Saúde e felicidade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizadeE unidos no mesmo afeto
Te abraçamos neste dia
E para seguir a festança
Repetimos com alegria:Parabéns, parabéns
Saúde e felicidade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade''Fiquei tão feliz com aquela cantoria, Wilson Pain compôs o melhor parabéns do mundo, e eu adorava aquela canção, minha vó segurava um bolo com margaridas em suas mãos, fiquei muito emocionada, aquela era minha família, eram as pessoas que eu mais amava no mundo todo.
-Agora feche seus olhos e faça um pedido ao elemento fogo! -disse minha vó.
Pedi que tenhamos um futuro longo e bonito, assoprei as velinhas e fomos tomar café da manhã com meu bolo, Luna levantou da mesa e correu em direção á sala, voltou com um embrulho grande.
-Luna, você gastou comigo sua doida!
-Shii, cala a boca e abre logo!
Ela batia palmas dando pulinhos como eu fazia pra ela quando eu estava eufórica, rasguei o papel, era um estojo preto aveludado, eu não podia acreditar no que ela tinha me dado, era o violino mais lindo que eu já havia visto.
-Nossa!
-É lindo, não é?!
-Muito!
Meu violino que eu havia deixado com Ben tinha queimado junto com a casa. Este violino era preto e vasado, não era comum, era incrivelmente lindo, quando o tirei de dentro do estojo vi que tinha uns brilhinhos como a pedra estrela, Hunther me estendeu uma caixinha.
-Este é meu!
-Não precisava!
-Claro que sim!
Abri e caixinha e vi que era o breu.
-É tem razão precisava mesmo!Todos riram, e ele me estendeu outra.
-Estava brincando, este aqui é o meu!
Era o anel de dragão que ele tinha comprado na loja comigo.
-É pra combinar com o bracelete!
Abracei os dois, e os beijei.
-É muito lindo, muito obrigada a vocês dois, eu amei!
Eu o coloquei ele ficou aninhado no meu dedão pois era meio grande e foi o dedo em que ele se encaixou perfeitamente bem. Cosmo me abraçou e me deu o dele.
-O meu foi eu que fiz, então espero que goste!
-Eu vou amar!
Abri o embrulho, ele havia feito um grimorio pra mim, a capa de couro avermelhado, com uma árvore feita com arames e pedrinhas minúsculas, outros símbolos de proteção desenhados com algo que queimou o couro, folhas amareladas.
-Cosmo, é lindo! Você fez isso sozinho?
-Na verdade quase todo, só as folhas que comprei prontas, mas eu as costurei e fiz todo o resto!
-Uau, você tem um dom muito lindo, muito obrigada mesmo!
O abracei de novo.
-Fico feliz que tenha gostado!
-Bom agora o meu, este é pra gente ficar sabendo onde você está quando não está por perto! - disse a tia Luara.
Ela me deu um celular, e todos riram da mensagem que a tia passou a me dar ele, a abracei forte, depois minha vó me abraçou e me estendeu um envelope.
-Não vó, eu não... não quero que gaste seu...
-Desse jeito você vai me ofender, quero que você compre roupas novas, por isso estou te dando em dinheiro, ou prefere que eu escolha roupas que você não goste!
-Tá bem então!
-E tem mais-disse a tia- Este cartão é seu, é uma poupança que criei para você receber a poupança de sua mãe, na verdade você recebeu a última parcela a quatro dias atrás, está tudo acumulado aí.
-Eu posso usar pra ajudar na fazenda!
-Não mesmo, se não tiver o que fazer com ele então guarde, aqui nada vai lhe faltar!
O outro presente da minha vó era um álbum de fotos da minha mãe, então depois que todos me presentearam Ben pegou minha mão e me levou para a rua, todos vieram junto, fomos até a figueira, ele pegou uma flauta transversal que comprou de segunda mão, assim como meu violino a flauta dele foi engolida pelo fogo, ele começou a tocar a nossa música, nós o aplaudimos, ele estendeu a flauta para Cosmo pegar e pegou um buque de rosas que estava escondido atrás da árvore, meus olhos estavam marejados, e quando meu sorriso se alargou minhas lagrimas transbordaram, ele pegou minha mão e se ajoelhou na minha frente, eram tantos sentimentos misturados com o que eu achava que ele ia fazer que comecei sentir meu corpo tremer e minha magia ia e vinha sem parar, eu estava descontrolada.
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Os Descendentes 2 -A Morte não é o Fim.
FantasíaLivro dois da trilogia Os Descendentes.