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Nós sussurrávamos para que não soubessem do que falávamos, as conversas eram um pouco tumultuosas dentro da sala pelo trabalho e isso ajudou a ninguém nos ouvir.

-Nem eu nem você sabemos das consequências e não quero que se machuque, não comigo ...
A professora chegou em nossa classe.

- Então crianças como está indo o trabalho de vocês?

- Por enquanto estamos discutindo o modo como ele será feito professora! - eu disse.

- Que bom, planejamento é sempre bom antes de começar um bom trabalho!

Ela se retirou e nós começamos a fazer o trabalho.

-Jasmin?

-Sim?

-Sai comigo hj?

-Iago...


-Por favor só hoje, eu peço permissão aos seus pais!

-Não precisa!

-Então você vai?

-Um sorvete, hoje a tarde, não tenho muito tempo então não garanto que eu vá ficar muito!

-Está ótimo, te pego na tua casa!

-Não, eu te encontro na praça!

-Está bem, te aguardo lá!

Na saída disse que estava com presa, estou em uma luta interna se devo ou não ir, eu quero ir e ao mesmo tempo penso que não devo, mas me sinto bem com ele e já estou me acostumando a conversar.                                                                

  Antes do sol se por ele já estava me esperando fiquei observando-o de cima do prédio, ele estava andando de um lado pro outro, passava as mãos no cabelo, respirava fundo e largava o ar fui até a rua de trás e desci por um beco, fui andando devagar, ele já me avistou na esquina e sorriu com o rosto vermelho, e veio me alcançar. 

-Oi!? 

-Oi! 

-Eu já estava achando que você não vinha! 

-Estou aqui! 

-Vem, vamos comprar um sorvete! 

Ele pegou minha mão, e senti meu rosto aumentar a temperatura, mas enfim peguei a mão dele e fomos alguns passos em silêncio. 

-Posso saber algumas coisas sobre você? 

-Talvez, depende do que quer saber! -falei. 

-Seus pais moram aqui? 

Sorri com a pergunta dele. 

-Digamos que moram um pouco em cada lugar! 

-Interessante, o que eles fazem? 

-Protegem as pessoas! 

-Humm! 

-Mas me conte um pouco mais sobre você? - falei. 

Eu precisava ganhar tempo, pra ele não me encher de perguntas que eu não pode-se responder.  

-Bom, eu tenho uma mãe!  

Nós rimos, ele é engraçado.  

-Jasmin, o que você realmente quer saber de mim? 

-Sei lá, tudo!? 

Ele riu. 

-Por onde quer que eu comece? 

-Você se da bem com sua mãe? 

-Sim, ela é minha melhor amiga, não tem ninguém nesse mundo que eu confie mais do que ela! 

-Isso é bom! 

-Quem é sua melhor amiga? 

-Acho que eu mesma! 

-Que triste! 

-Triste é o tempo!  

-Minha mãe sempre diz que o tempo cura tudo! 

-Eu acho que ele é um vilão, onde ele leva as pessoas! 

- Pensando por esse lado pode ser, mas é um ciclo, o tempo nos leva e nos trás de volta! 

-Pode até ser, mas quando você volta, você não é mais você, e sim outro alguém, você não se lembrará de mim em sua próxima encarnação! 

-Acho isso improvável! 

-Que parte? 

-Que eu não me lembre de você em outra vida, acho que lembrarei de você por muitas e muitas encarnações, impossível esquecer esse cheiro e esses olhos azuis como o céu em dia claro, se eu olhar para o céu vou ver seus olhos e se eu fechar os olhos vou sentir seu cheiro! 

Ai mãe ele está me deixando confusa, meu coração bate mais rápido do que as asas de um colibri, parece que o ar falta em meus pulmões e não tenho respostas plausíveis a lhe dar sem ter que lhe contar a verdade. 

-Jasmin? Jasmin? oii!? 

-Hã, desculpa! 

-Desculpa pelo que te falei, você deve estar me achando um lunático, mas é o que eu sinto! 

-Eu... eu... 

-Não precisa dizer nada, vai querer seu sorvete de quê? 

-Do mesmo que o seu! 

Ele se virou para o vendedor, e pegou dois sorvetes. 

-Hummm, isso é tão bom! 

Falei enquanto saboreava.  

-Desculpa eu te falar isso, mas você fica sexy comendo sorvete! 

Ele olhava pra mim como eu olhava para meu sorvete. 

-Desculpe por isso, é que eu amo comer, é um dos meus maiores prazeres! 

Preciso pesquisar sobre sexy, sexo já pesquisei, é feminino tipo eu e masculino como Iago, mas sexy é o que? uma mistura dos dois? 

Depois de comer o sorvete sentados em um banco da praça, ele calçou os braços sobre seu joelho e abaixou a cabeça, respirou fundo. 

-Você tem mais um tempinho pra mim? 

-Hurum! 

-Vou te levar pra ver as estrelas! 

-Eu as vejo todas as noites! - falei sussurrando. 

-Mas não comigo! 

Ele estendeu a mão e eu a peguei, fomos caminhando até a praia, até lá não vi nem senti nenhuma sombra, então estava tranquilo  o sol já tinha ido e a noite começava a cair, ele se encostou em um tronco de árvore que tinha pouco mais acima na costa, me sentei ao seu lado.

Os Descendentes 2 -A Morte não é o Fim.Onde histórias criam vida. Descubra agora