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Narrado por Cosmo.

Estou tentando me afastar ao máximo dos sentimentos que estão me enlouquecendo por Órion, e consequentemente estou me afastando dele também, respondo só o básico, mas parecia que cada dia ele me provocava, saindo apenas de toalha do banheiro, como hoje, se jogou na cama apenas de cueca, e pôs os braços atrás da cabeça suspirando pesado, me deu boa noite, apenas fiz um som e desliguei a luz, ouvi ele se levantando e ligou a luz.

-Quer saber, cansei!

Olhei pra ele assustado, pois ele veio de encontro a mim.

-Qual o seu problema comigo?

-Não tenho problemas com você!

-Então por que está me evitando?

Não consegui responder, ele me destapou e eu me sentei na cama abraçando meus joelhos.

-O que eu te fiz?

-Você não fez nada Órion, a culpa é minha, eu sou assim, sou cheio de problemas internos!

-Eu posso te ajudar!

-Nem eu consigo me ajudar, como você conseguiria? -respirei fundo.-Olha pra mim, sou um nada, nem minha magia consigo controlar direito...

Ele avançou em mim, e eu me joguei para trás, o rosto dele ficou muito próximo ao meu, seus braços estavam nas minhas laterais como ele fez na porta outro dia, minha respiração e meu coração se aceleraram.

- Estou olhando pra você, e sabe o que eu vejo?

-Na-não! -gaguejei.

-Olhe pra mim Cosmo!

Levantei o olhar, os cabelos dele estavam encostando na minha cabeça e os olhos dele estavam com magia.

-Eu vejo potencial em você, vejo uma pessoa boa, você apenas está lutando contra alguma coisa que você está criando!

Eu não respondi, eu não conseguia falar, ele encostou a cabeça dele na minha, eu estava sentindo a energia que vinha dele eletrizar meu corpo todo, então ele se levantou bruscamente, pegou minha mão e me puxou, peguei minha bermuda e ele a dele, nos vestimos rapidamente, eu não sabia o que ele iria fazer comigo, mas eu estava em um ponto que faria qualquer coisa, ele pegou minha mão e lá estava aquela sensação de novo, ele abriu a porta e saímos sorrateiros, saímos pela cozinha, ele pegou o bastão dele e seguimos em direção a o campo passando a figueira, onde ele treinava com os demais, ele me largou e dividiu o bastão dele em dois, me deu uma parte.

-Tome!

-Pra quê isso?

-Quero que descarregue sua raiva em mim!

-Você está louco?

-Talvez, agora me ataque!

-Não vou fazer isso!

-Vai sim!

Ele me atacou e eu usei o bastão para me defender por puro reflexo, nem sei como fiz aquilo.

-Vamos Cosmo, finja que sou a pessoa que foi seu erro, o que quer fazer comigo?

-Mas você não é!

-Finja, qual era o nome da pessoa? João? Maria?

-Não quero falar!

-Vamos Cosmo, Você precisa disso!

Ele tinha razão, eu precisava, o ataquei, ele apenas se defendia, não me atacava, usei toda minha energia até me esgotar, me joguei no chão com os braços sobre o rosto e comecei a chorar.

Os Descendentes 2 -A Morte não é o Fim.Onde histórias criam vida. Descubra agora