3

33 16 0
                                    

Malena

Quase não consegui abrir o portal, fiquei sem forças, cai no covil dele, ele estava a poucos metros de mim, achei que ele iria correr preocupado comigo, mas não, ele me ergueu do chão usando magia.

-Onde estão?

-Estão todos mortos e a filha dela escapou!

-Como uma pirralha pode escapar de uma bruxa poderosa como você!?

Ele me largou e caí no chão, o jeito como estava me tratando estava me doendo mais do que a magia que me atingiu.

-Como você a deixou escapar...

gritou ele enquanto caminhava de um lado para o outro.

-Tenho um recado da sua filha!

Consegui chamar sua atenção, ele voltou até onde eu estava.

-Filha?

-Sim, uma moça com um sangue muito, mas muito mais poderoso do que o seu!

-Blasfêmia!

-Não é não, eu senti o cheiro do seu sangue nela, mas era muito fraco, o cheiro que prevalecia no sangue dela era muito mais poderoso, por isso nunca a encontrei!

-A mãe dela era descendente de Cernunos nada mais, não tem como ela ser poderosa assim!

-Conheço o cheiro do sangue de Cernunos e tinha pouco também, era um cheiro que nunca senti antes, eu nunca senti algo igual, tem tanta magia no sangue dela, que ela conseguiu se transformar numa harpia enorme!

-Como?

-Não sei!

-Deixe-me ver o recado!

Coloquei minhas mãos nas temporãs dele, passando as imagens para ele, não passei só o recado, mas também mostrei tudo o que aconteceu, fui mostrando um por um e falando quem era quem.

-Essa é a filha da inimiga e esse rapaz tem o cheiro de Cernunos.

-Sim já o conheço!

-Esse outro tem o mesmo cheiro do sangue da inimiga, deduzi serem irmãos.

-Sim, a criança que mandei matar!

-E essa harpia é a sua filha! - minha lembrança dela se transformando de harpia para humana o deixou de boca aberta.

-Eu... eu não sabia que uma bruxa poderia fazer isso!

-E não pode!

- Ela é muito parecida com a mãe dela!

Quando ele falou aquilo, tirei as mão dele, meu ciúme veio à tona, mas aguentei calada, ele chamou um obscuro.

-Quero que vigiem aquela fazenda, assim que virem alguém saindo de lá me avise, não é para atacar apenas me avisem!

Narrado por Lóla

Perguntei pra tia Luara sobre minha data de nascimento e ela me confirmou que realmente era dia 9 de novembro, amanhã eu completo dezoito anos. Hunther, Luna, Ben e Cosmo saíram e não deixaram eu ir junto, eu sei que foram comprar coisas para o meu aniversário, eu não estava tão animada quanto eles, eu queria sair também, sei que não é muito hospício, mas coloquei um óculos da Luna, para ninguém ver meus olhos, pois eu não sairia da fazenda despreparada, peguei o skate dela também e resolvi ir até a sorveteria, ver gente, ver a rua, coloquei meu bastão dentro da minha jaqueta e sai sem avisar as tias, eu só iria ficar uma meia hora fora, voltaria antes deles chegarem, quando sai na porteira tive a sensação de estar sendo vigiada, imediatamente acionei a minha magia, os reflexos são mais rápidos, cheguei na sorveteria em menos de 10 minutos, o centro estava movimentado, pedi um copo grande de sorvete e me sentei numa mesa do lado de fora da sorveteria, as pessoas ficavam me olhando, também uma louca com dreads azuis em uma cidade pequena só podia chamar atenção, alguns minutos depois um homem chamou minha atenção assim que saiu da sorveteria, ele aparentava ter uns 30 anos no máximo, veio sorridente em minha direção, ele usava roupa social preta com um terno preto, e senti uma vibração maligna quando se sentou em minha mesa, fui por a mão dentro da minha jaqueta para pegar meu bastão.

-Você não vai querer fazer isso na frente de todos esses humanos, vai?

Ele era lindo e tinha uma voz mais encantadora ainda para uma pessoa do mal, realmente ele tinha razão, e acho que ele também não iria fazer nada na frente de ninguém, voltei a tomar o meu sorvete e agi naturalmente apesar da magia estar fervendo por meus dedos.

-O que você quer?

-Só vim dar Feliz Aniversário para minha filha!

Neste momento meu sangue gelou, fiquei muda e olhei fixamente em seus olhos, eram as mesmas cores dos meus olhos quando eu não estava usando magia.

-O que quer aqui?

Fui fria, ele falou tranquilamente enquanto comia o sorvete.

-Conhecer minha filha, Humm, não me lembrava de como era bom comer isso aqui, eu costumava vir aqui com sua mãe!

-É, pena que você à matou! -Sussurrei.

Os Descendentes 2 -A Morte não é o Fim.Onde histórias criam vida. Descubra agora