Não existe razão?

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Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

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O despertador tocou acordando Andrew, que olhou a hora, mas continuou ali deitado. Ele sabia que deveria se levantar para ir ao cursinho, mas como de costume estava com preguiça. Logo sua mãe bateu na porta:

- Andrew levanta menino, você vai perder a hora, já é quase meio dia.

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Andrew Deluca era o típico rapaz de uma família de classe média de brasília. Morava com seus pais e seu avô. Fazia cursinho para entrar em alguma faculdade pública que ele nem tinha decidido qual era e muito menos qual curso fazer. Era um bom rapaz, mas de certa forma um tanto quanto imaturo.

Os pais de Andrew nunca cobraram que o mesmo assumisse muita responsabilidade em relação a nada. Sua família era de certa forma conservadora, seus pais acreditavam que ele deveria se preocupar somente com estudos até se formar e ter uma carreira sólida, então procurar emprego agora estava fora de cogitação, o seu foco deveria ser unicamente estudar... estudar... e estudar...

Então poderíamos supor que Andrew era o típico boyzinho que só tirava 10 na escola e ainda vivia por aí em festas, cheio de amigos e namoradas não é? Só que não... definitivamente ele não era assim...

Nos estudos era bem mediano, apesar de extremamente inteligente e de ter facilidades para aprender as coisas, mas a falta de interesse de seus pais por sua vida influenciavam e muito nas vontades de Andrew, e não de uma forma positiva. Ele não se sentia motivado a estudar, construir um futuro, e muito menos em sair e conhecer pessoas. Para Andrew a vida estava boa como ia, com sua família, naquela casa. Não tinham grandes luxos, mas não lhe faltava nada. 

Aliás, Andrew não tinha nem mesmo grandes ambições. Ele dizia que queria ter uma vida simples e por isso não precisava de muita coisa, logo seus planos para o futuro consistiam em talvez se formar e ter um emprego básico que fosse o suficiente para sobreviver. Ele não entendia pessoas como sua irmã, que colecionava amigos, era extremamente sociável, tinha começado a trabalhar já desde os 16 anos porque dizia que não queria mais seus pais controlando sua vida. Após começar a trabalhar e ter seu próprio dinheiro Carina vivia falando para Andrew que eles deveriam sair juntos, ela ia muito a festas, baladas, e vivia cercada de seus namorados e namoradas. Aliás, esse último detalhe fez com que Carina fosse expulsa de casa por seu pai, ele não aceitou sua explicação de que gostava de meninos e meninas e foi bem incisivo quando disse:

- Se você quer ser puta, que seja então longe da minha casa, e vá se sustentar sozinha.

Andrew não entendia bem o porque, mas não se atrevia a discordar de seu pai, e ficou com raiva de sua irmã, pelo sofrimento de sua mãe. Nem Andrew, nem sua mãe tinham o mesmo pensamento de Vicenzo Deluca, mas também não se atreviam a discordar. Muito menos o avô de Andrew, pai de sua mãe, que Vicenzo fazia questão de dizer que era um hóspede em sua casa, e por isso não deveria se meter nos assuntos de sua família, quem controlava tudo era Vicenzo, e a primeira que o desafiou foi Carina.

O cursinho foi a primeira expressão de preocupação com o futuro que Andrew já teve na vida, ele foi influenciado pela única pessoa que ele chamava de amigo, mas que conhecia somente pela internet das plataformas de jogos online. Mas claro que ao colocar para sua família a ideia foi imediatamente desencorajado por seu pai, que não acreditava em seu potencial, e fazia questão de deixar isso claro. Quando Andrew falou com ele que queria entrar no cursinho para tentar fazer uma faculdade pública teve que ouvir:

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