A líder

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A: "Cavaleiros, eu tenho algo a dizer, irei ter que atrasar alguns dias a nossa viagem, já enviei um aviso ao grande mestre. Peço pra que me ajudem a reconstruir a aldeia."

D: "Mas isso demorará muito, precisamos de recursos financeiros que não dispomos aqui e até chegar, construir tudo seriam meses"

S: "Desculpe deusa Artemis, mas não temos esse tempo" – falou enquanto a olhava, então aquela era a verdadeira aparência dela. Sentiu em seu peito que a diferença era muito maior do que pensava, vê – la naquela forma ao lado de Apolo, a magnitude do poder dela o fez lembrar quem era ela e ela não era ele. Como foi tolo em pensar que seriam possíveis? Ela era uma deusa, algo sagrado pra um mortal!

Artemis caminhou ate o rio, ela usava um vestido branco que combinava com sua pele e contrastavam com seus cabelos negros e uma sandália rasteira que era amarrada na perna.

A: "Eu sei que não temos tempo e não iremos demorar!" – fez um gesto com as mãos e ninfas apareceram trazendo pedras preciosas do fundo do rio.

Artemis andou ate o centro do vilarejo, chamou os aldeões e explicou que eles iriam reconstruir o que perderam, os separou em grupos e explicou o que cada um iria fazer. A luz da lua iluminava como se fosse dia.

As arvores – cavaleiros carregavam troncos pesados, os cavaleiros ajudavam.

Ártemis coordenava os trabalhos. Ensinava que só deviam retirar o necessário da natureza, que nenhuma arvore deveria ser cortada sem propósito, assim como os animais deveriam ser apenas para consumo útil. Falou num tom que todos entenderam que deviam obedecer.

Ela era independente demais, uma líder nata e alguns aldeões ficavam encantados como uma mulher poderia ser assim, não uma mulher, uma deusa.

Artemis conversava com algumas moças: "Não se envergonhem, não se diminuam, suas vozes são tão fortes e importantes quanto a dos homens!"

Eram outros tempos, mulheres ainda eram muito limitadas pela sociedade, mas Artemis não compreendia isso, era uma deusa, mas ainda assim era mulher e não via essas diferenças.

Até Manigold andava mais contido nunca tinha visto uma mulher assim: forte, determinada, liderava como se fosse algo simples e ainda mandou flechas p submundo sem nenhum esforço!

Dégel percebeu que não só Manigold havia mudado seu comportamento com a bela deusa, Sísifos andava mais afastado e quando estava perto dela ficava mais formal.

Artemis também percebeu a mudança de Sísifo e ficou triste, sua beleza não era algo que se orgulhava, na verdade trouxera muita dor de cabeça pra ela.

Após alguns dias os trabalhos já estavam acabando e ela viu Sísifo caminhar para o rio, o seguiu. Ele estava parado olhando para o rio e ela o chamou, não suportava mais ficar afastada dele.

A: "Sísifo, podemos conversar?" – perguntou aflita. Nunca agiu daquela forma, sempre era segura e não era de perguntar, pedir, era de ordenar, mas ele a deixava insegura.

S: "Desculpe, senhorita Artemis, mas acho que não temos nada para falar" – e saiu sem a olhar nos olhos.

Artemis sentiu um nó na garganta, aquilo doeu e seu cosmo vibrou.

"Fique calma! Controle essa agitação no seu cosmo!" – falou Manigold que presenciou a cena quando ia pegar água no rio.

Ela não se virou para olha – lo.

M: "Dê um tempo p ele. Acho que ele não é muito bom com essas coisas, acho que tudo é novo pra ele, pra vocês..."

A: "O que esta falando?"

M: "Bem... eu nunca vi o sagitariano gostar de nenhuma mulher como ele gosta de você, na verdade eu nunca o vi com nenhuma mulher! Mas não vem ao caso! Sísifo a olha como algo muito além do que ele merece, ele tem uns pensamentos tradicionais, sabe, tipo humano com humano?!"

Artemis se virou pra ele: "Dá pra ser mais direto! Do que esta falando?"

M: "Quanta impaciência! Estou tentando ser polido como meu amigo Dégel, mas já que não quer. O Sísifo tem uns lances de inferioridade eu acho, por isso, não assume isso que vocês tem, o amor e tal!"

Artemis ficou perplexa ao ouvir aquela palavra: "Esta louco?!" – e empurrou o canceriano com seu cosmo.

Andou ate a floresta e pensou – amor? – isso não seria possível. Ela apenas gostava mais dele do que de Manigold e Dégel, só isso. Refletiu e viu que realmente tinha algo de errado com suas atitudes e a forma que se sentia. Foi com fúria que fez sua carruagem puxada por quatro veados de prata aparecer. Subiu e partiu para o Olimpio.

Os aldeões já dormiam, menos os cavaleiros que ao perceberem o cosmo dela foram atrás e viram ela ir rumo ao céu.

Dégel: "O que será que aconteceu?"

Manigold: "Vai saber! Será que não tinha uma deusa mais tranquila pra tomar conta, não?!"

Dégel o olhou com reprovação e ele percebeu que Sísifo também estava ali olhando p céu, mas não achou que falou nada demais. Afinal o sagitariano sabia que Artemis não era fácil.

Os dois foram dormir, afinal não havia muito a ser feito, mas Sísifo continuou lá fora olhando a lua.

Arco e flecha: Ártemis e SísifosOnde histórias criam vida. Descubra agora