A oração da deusa

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Santuário

Os anos se passavam e Sísifos percebia que ao contrário do que falavam a saudade não diminuía, apenas aprendia a esconder melhor o que a falta dela provocava nele. Sempre mantinha um sorriso gentil e palavras de animo era um líder e precisava ser o exemplo, a motivação de seus companheiros, mas por dentro sozinho.
Acordou no meio da noite e caminhou até a janela procurando a luz da lua, a luz dela sempre o acalmava, as noites que a lua não aparecia eram as piores noites pra ele.
Olhou pra lua e colocou pra fora o que sentia. Estava tão acostumado a guardar tudo pra si, apenas demonstrar o seu melhor, mas com ela ele podia ser por inteiro, podia ser ele, não precisava se controlar, na verdade ela sempre o fazia se descontrolar, mas poder demonstrar seus defeitos e ser aceito, não é ser amado? Sim, não tinha duvidas que ela o amava. Ela provou de varias formas como o amava e ele queria ter demonstrado mais o quanto a amava, o quanto era importante pra ele. Conflitos, ele estava cheio deles.
Sísifos falava pra lua: "A guerra esta para começar e já faz tantos anos, nem sei quantos porque eu parei de contar o tempo e de existir naquele momento que a sua luz foi p céu. Eu ainda sinto aquela dor, a dor da sua partida, quando a noite se vai é como se eu a perdesse novamente, noite após noite perco você. – respirou profundamente - Eu sei que não é possível, mas eu adoraria ver o seu sorriso uma ultima vez. – sorriu ao lembrar do sorriso dela  - Hoje sonhei com você. Não foi demais. Apenas te tinha nos meus braços, você dormia e eu te observava. Ver a lua nos tocando e saber que nada nos separava, eu sentia o calor do teu corpo, o cheiro dos teus cabelos, tua respiração suave na minha pele. Você estava segura em meus braços foi o melhor sonho que tive nesses últimos anos. Parecia tão real, eu dormi tão bem, aí eu te abraçava novamente e acordei sem você... – tentou segurar as lagrimas - Tenho dado o meu melhor, uma promessa vive dentro de mim, a promessa de manter o que você conquistou. Você abriu mão de tantas coisas pra que outros pudessem ter um presente, um futuro e tudo que ficamos foi com um doce passado. Eu a amo, Ártemis! Cada noite eu a amo mais. Obrigado por ter trago vida a minha a vida, meu amor." – o sagitariano limpou as lagrimas, sentou em sua cama, estava apenas com uma calça folgada, sem blusa, apoio os braços em suas pernas e deixou as lagrimas saírem, precisava colocar aquela dor pra fora, esvaziar um pouco o espaço pra no outro dia ele ser preenchido novamente pela falta dela.
Acordou e o sol começava a brilhar se arrumou e colocou o seu melhor sorriso no rosto e lá estava ele auxiliando Sage, aconselhando a Sasha e motivando os seus companheiros, lá estava o tranquilo, sensato, justo e incompleto sagitário. Assim como vestia a sua armadura, vestia uma mascara pra esconder a dor em seu peito.
 

Olimpo

Ártemis acordou aquela noite e olhou pra lua sentia falta dele todas as noites, mas aquela em particular tinha algo diferente, algo que a fez chorar como há muito tempo não chorava. Ela não sabia, mas seu coração demonstrava a tristeza dele.
A guerra santa já dava sinais, Hades acordou e declarou guerra. Espectros já começavam a andar pela Terra levando o caos.
Os deuses estavam tensos, a guerra santa como toda guerra é algo abominável.
Ártemis também andava tensa, seu coração estava apertado sabia da posição de Sísifos e sabia que ele assim como seus amigos estavam dispostos a morrer por sua deusa, por sua causa, pra proteger a Terra.
Quando soube que uma parte das forças do submundo caminhava para o Santuário, ficou mais preocupada. O Olimpo estava agitado e escutou quando falaram que o cavaleiro de peixes lutava com Minos de Griffon.
Ártemis, a deusa da caça, da lua foi para seu belo jardim fechou os olhos e orou, não sabia como se orava e pra quem devia orar, pode parecer estranho uma deusa orar, já que as orações eram dedicadas aos deuses, a ela. Mas ela não podia fazer nada e então juntou as mãos, fechou os olhos e pensou naqueles que amava com amor, alegria e proteção, pensou no sorriso doce de seu amigo tão querido e através de um pequeno balançar de algumas folhas de seu jardim ela soube, as palavras de Albafica sopraram em seus ouvidos.
Ele estava morrendo, sangrando muito, estava ajoelhado observando as suas rosas vermelhas voando pelo Viralejo que tanto amava, sentiu o cosmo dela, o cheiro dela em meio ao cheiro de suas rosas.
Albafica sabia que ela estava ali de alguma forma e sussurrou "obrigado por sua amizade, minha amiga! Agora vejo a beleza que você falava que as rosas tinham. Realmente são lindas!" – e ali com seu sorriso doce o nobre cavaleiro de peixes sucumbia.
Lagrimas escorriam pelo rosto da deusa e ela viu uma rosa branca aparecer em suas mãos. Sorriu, pois sabia que ele partia em paz.

Arco e flecha: Ártemis e SísifosOnde histórias criam vida. Descubra agora