A bênção do amor

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Olimpo
Os deuses que habitavam o Olimpo e alguns que viviam na Terra estavam reunidos numa enorme cachoeira que não caia água comum, parecia uma fumaça ou espuma com uma intensa luz branca, era a cachoeira sagrada do Monte Olimpo.
Sísifos estava adormecido vestido com uma túnica branca deitado em um pequeno altar perto da cachoeira.
Os deuses olhavam aquelas cenas inéditas: um mortal no Olimpo e uma deusa que arriscou tantas coisas e agora oferecia a sua própria imortalidade, algo sagrado para eles. Tudo para não passar o resto da eternidade sem o homem que amava. Aquele amor comoveu os deuses.
Ártemis se despediu de todos e quando parou em frente a Apolo.
Apolo: "Vá em paz! Eu estarei aqui a sua espera, minha lua!" – beijou a testa dela e ela percebeu que o irmão a compreendia.
Abraçou Ilias.
Ártemis: "Não chore, meu pequeno leão! Não há o que temer. Isso não é um adeus, é um até logo. Em breve eu, você e seu pai estaremos juntos!"
Caminhou até seu cavaleiro, beijou aqueles lábios e passou a mão em seus cabelos castanhos e sussurrou: "Prefiro compartilhar uma vida com você a encarar sozinha todas as eras deste mundo. Eu escolho uma vida mortal... a vida é minha para eu dar a quem eu quiser, assim como o meu coração é livre e ele escolheu você, meu amor!"
Ártemis estava com seu corpo humano e com um longo vestido branco caminhou até a Cachoeira, Zeus segurou em sua mão direita e Afrodite em sua mão esquerda e entraram naquela mágica água juntos.
Afrodite fechou os olhos e cantou um belo mantra*, logo os outros deuses também cantavam, fazendo o belo som divino ecoar... e as águas da cachoeira ficaram rosa, alguns deuses choravam com aquele gesto raro de amor, Zeus fechou os olhos, uma tímida lagrima escorreu e uma enorme bola de luz branca brilhava sobre o Monte Olimpo, um enorme raio atingiu Ártemis.
O corpo adormecido de Ártemis foi colocado no altar ao lado do corpo de Sísifos.
Afrodite caminhou ate eles, beijou suas testas e sussurrou: "Eu... o amor, os abençoou para toda a eternidade!"




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Notas:
*Mantra é uma sílaba ou poema, normalmente em sânscrito. Os mantras se originaram do hinduísmo, porém são utilizados também no budismo e jainismo, bem como notoriamente por práticas espirituais que não têm vínculo com religiões estabelecidas. No tantrismo, são usados para materializar as divindades.

Arco e flecha: Ártemis e SísifosOnde histórias criam vida. Descubra agora