Recém Chegados ao Palácio

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Os seis integrantes da família Summers estavam admirados com a imensidão do castelo do rei de Ulstead. Até mesmo Elisabeth, afinal ela teve muito pouco tempo para admirar qualquer coisa, já que chegou atrasada para o dito dia da seleção. E mesmo atrasada ela havia conseguido!

A frota que havia sido enviada para a realocação da família tinha muitos comentários a tecer, aparentemente a pobreza em que a menina Elisabeth vivia  deixava qualquer atitude vinda dela um tanto duvidosa. Rei John era um ótimo rei, mas isso não significava que todos seus servos eram livres de pré conceitos como ele. Muitos guardas, incluindo o próprio conselheiro real a olhava torto.
Ela não se incomodou com isso, só se intristeceu por ter que doar seus quatro gatos, já que poderia levar com ela apenas um. Por sorte sabia que seus vizinhos da aldeia eram boas pessoas, e os que aceitaram pegar os gatos cuidariam muito bem deles.

O castelo foi apresentado a família logo depois que todos foram preparados e arrumados para um jantar real. As roupas velhas e desgastadas deram lugar a trajes mais finos, como acompanhante da rainha Liz não poderia mais andar em farrapos, assim como toda sua família. Família essa que cativou Aurora, Phillip e até mesmo o rei, apesar de simples, o pai de Elisabeth pareceu um homem muito sábio e tinha muitas ideias em questão de armas e campo.

O jantar foi regado a boa conversa e Phillip ganhou duas novas admiradoras, as pequenas Adelia e Amália gêmeas de seis anos amaram o príncipe, e ainda mais a princesa Aurora. Lucas e Erik ficaram calados quase o jantar todo, mas assim que abriram a boca suas trocas de farpas como irmãos arrancaram sorrisos do rei. Mas logo os meninos se introduziram nos assuntos sobre batalhas. Apesar de ser um rei bondoso e que zela pela paz, John já teve que enfrentar muitas guerras até firmar seu reinado.

(...)

O jantar tardou a acabar, a tanto tempo o castelo de Ulstead não parecia tão alegre e bem habitado, John convidou Tenerife a se juntar a ele em uma reunião das tropas, afinal ele parecia ter muito conhecimento para dividir. Erik e Lucas foram convidados pelo príncipe para se unir a nova tropa de recrutas, que estavam em treinamento para se tornarem cavaleiros reais, os meninos vibraram de alegria. E nesse momento, Aurora e Liz se encontravam em um silêncio confortável, cada uma com uma gêmea adormecida nos braços.

- A senhora até que leva jeito com crianças. Pra alguém que cresceu num mundo mágico, como filha única e cercada de seres mágicos. - Liz falou sonhadora.
- Suas irmãs são crianças incríveis. São adoráveis. - Aurora suspirou olhando a menininha em seu colo.
- Como a senhora se sente?
- Eu me sinto feliz, como não me sentia a dias. - a princesa suspirou. - Estava sentindo falta de me divertir, e conversar com pessoas que não fosse o príncipe ou o rei.

Liz sorriu. Era legal poder finalmente concluir que Aurora não era realmente a menina mimada que muitos ainda teimavam em pintar. Ela era a criança que as história contavam, alegre, gentil, amorosa e doce. Além de uma excelente ouvinte e um tanto carente.

- Elas sempre sonharam com isso aqui, acho que foi de tanto eu falar a minha adolescência toda. - Liz riu.
- Temos quase a mesma idade então suponho que você já tenha escutado todas as versões da lenda da Bela adormecida. - Aurora sorriu bocejando. - A única real é a que a fada madrinha foi ferida pelo pai da princesa, então ela amaldiçoou a princesa...
- E foi o beijo de amor verdadeiro da fada madrinha que quebrou a maldição. Essa sempre foi a minha preferida. Foi a única que a minha mãe me contou antes de morrer. Ela só acreditava nessa, porque ela dizia que o amor que a fada madrinha tinha pela menina era tão forte quanto o que ela tinha por mim e pelos meus irmãos. - Elisabeth espantou uma lágrima solitária que descia pelo seu rosto e continuou. Ela tinha muito orgulho da sua mãe. - E disse que eu não devia acreditar em nenhuma outra versão da história. E bom, vendo você agora, da pra ver que ela estava certa.

Aurora nem percebeu que estava chorando. Malévola a amava, e ela amava a mãe tanto quanto poderia por em palavras, e ela não tinha certeza se estava deixando isso claro para a fada. Nem mesmo sabia se estava deixando claro para Diaval que o amava e ele era o melhor pai do mundo. Quanta saudade ela estava da sua família imperfeita e pequena. Sentiu um carinho nas costas por parte de Liz e ganhou um sorriso bem grande da nova amiga.

- Sua família não é perfeita, assim como a minha. Mas se tiver amor é o que importa. - Elisabeth se levantou enfim bocejando pra tentar mudar o clima parcialmente triste que ficou.
- Melhor levarmos as pequenas pra cama. - Aurora se pronunciou. Seus olhos azuis não disfarçavam a gratidão que ela sentia. Elisabeth era um presente.
- Sim princesa. - Liz e ela seguiram para os aposentos temporários da família Summers. Os meninos não estavam presentes, provavelmente estavam os cinco na sala de convivência conversando sobre armas e jogos. Era incrível aquele castelo animado de novo.

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Ai ai, Ulstead é basicamente meu alívio de tensão. Mais um pouco sobre a Liz pra vocês. E além dela mais cinco pessoas pra decidirmos se gostamos ou não.

Enquanto as coisas na Ilha estão confusas, em Ulstead estão muito melancólicas apesar de animadas.

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Até o próximo!

❤️

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