As Heranças de um Passado não Pertencente

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Mais um dia amanheceu com sol e luz. Diaval viveria tranquilo se todos seus dias começassem assim, mas ele ficou alerta quando notou o ninho vazio. Além dele, ninguém mais restava ali. Coçou os olhos afastando o sono... Como ele estava em sua forma de homem se na noite passada dormiu na sua forma natural? Olhou ao redor buscando por Malévola, mas foi em vão. Escutou um movimento leve no lado de fora e quando se dispôs a olhar para fora do ninho, estava em Moors. Mas ele não adormeceu em Moors!

- Eu não acredito... - sussurrou para si mesmo. Não era possível que a fada tivesse gastado tempo da sua noite para levá-lo de volta a Moors. Diaval podia jurar que não tinha feito nada de mal para aborrecer Malévola e ser despejado alí. Um outro barulho interrompeu seus pensamentos.

Uma sombra negra se moveu mais longe. Era confuso que a sombra estivesse tão escura, sendo que já era dia. Ele deduziu que fosse ela, afinal era do tamanho de um humano, com asas e chifres. Ele só esqueceu de notar que os chifres eram de um formato muito diferente do da sua senhora.

- Malévola. - Diaval chamou quando percebeu que a sombra estava andando mais rápido a medida que ele se aproximava dela. Não era possível que ele tinha magoado a fada tanto assim. - Malévola, você não está sendo justa. Pelo menos me diga o que eu fiz. - ele pediu sem se importar para onde estava indo, sem notar que cada vez mais adentrava o escuro e que cada vez menos podia identificar a sombra. A ânsia de se desculpar o estava cegando. Ele nem mesmo se importou quando pisou em uma raiz pontiaguda e ela entrou em seu pé. Ignorou a dor e seguiu atrás da sombra desconhecida.

- Diaval... - ele olhou para trás ouvindo o seu nome. Mas como o chamado veio de trás se Malévola estava a sua frente? - Diaval você precisa... - ele ainda olhava pra trás quando reconheceu a voz que lhe falava, era ela. Era Malévola quem o chamava. Mas como?

Diaval olhou para frente e se arrependeu logo, a sombra não estava mais distante, estava parada a sua frente. O rosto... Não havia rosto. Era aterrorizante a imagem, os olhos eram inteiros da cor mais forte de amarelo e era tudo que podia ser visto. Diaval sentiu um aperto tão forte em seu coração que suas pernas travaram ali. Ele não podia falar ou se mover, e então a sombra começou a crescer, como se pudesse o engolir. A respiração do homem-corvo ficou pesada e difícil. Seu coração acelerou apavorado.

- Eu sou a destruição, você será meu receptáculo, causará dor. Muita dor e sangue lavará suas mãos. Estamos, destinados. - seja qual fosse a criatura sombria e sem rosto. Aquilo gelou o sangue de Diaval em cada gota que ele poderia ter no corpo.

- Diaval. - enfim ele abriu os olhos. - Até que enfim. - Malévola o olhava aliviada, a ruga de preocupação bem no meio da testa da fada era evidente. Diaval levantou a mão e tocou o rosto da outra sem se importar se ela acharia estranho. - Você está bem?
- Estou, só tive um pesadelo. Sonhei com... - Diaval tentou se lembrar de seu pesadelo, mas era como se tivesse sido apagado. Ele só se lembrava que havia sido muito ruim.
- Tudo bem. Melhor que tenha esquecido. - a fada afirmou usando a mão para secar a pequena concentração de suor na testa dele.
- Me faz muito feliz acordar e tê-la aqui senho... Malévola. - ele sorriu de leve e decidiu se sentar para ficar na mesma altura que a outra. Na hora de apoiar o pé no chão sentiu um incomodo na sola. Quando puxou o pé para ver, notou um corte na sola do seu pé. Mas não se lembrava de ter machucado.

- Está ferido? - Malévola perguntou.
- Só um corte pequeno. Não precisa se preocupar. - ele voltou a olhar a mulher, a fada disfarçava bem o medo em seus olhos. Usou sua magia para curar o ferimento de Diaval, e mesmo desejando a companhia do outro noite a dentro, usou ainda sua mágica para fazer o homem-corvo voltar a dormir. Ainda era madrugada, ela sabia. Deitou-se próxima ao seu amigo e abriu as asas para cobrir seus corpos. O dia das apresentações as outras tribos havia sido cansativo, mas ela não se lembrava de ver Diaval machucar o pé - ela bufou aborrecida - não era o assunto pelo qual iria preocupar a cabeça agora. Sentiu novamente aquele vento frio e carregado, mas ignorou aquilo novamente. Adormeceu  sentindo o calor de Diaval aquecer seu corpo.

(...)

O dia começou bem, Diaval estava tranquilo. Parecia não se lembrar de nada sobre a madrugada passada, e Malévola esperava que ele realmente não se lembrasse, ela não podia dizer com o que Diaval havia sonhado, mas esperava de todo coração que não fosse ela a motivação para o tal pesadelo.

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Salve salve galerinha do mal. Bom, é vida que segue e aparentemente faz apenas dois dias que Diaval está na ilha.

O que será que foi esse pesadelo hein? E por que logo com o Diaval? Pela mãe dos corvos, que esse bebê fique bem!

Deixa aquele comentário e os seus achismos ai pra mamãe hehe, só pra fortalecer a gang.

Até o próximo!

❤️

Malévola - Era Sombria Onde histórias criam vida. Descubra agora