Pesadelos e Sentimentos Confusos

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Malévola acordou num pulo, como se tivesse sido empurrada ou cutucada com força. Levantou-se e caminhou em passos inseguros, sentia algo espesso sob seus pés e não podia enxergar a palha de seu ninho devido a escuridão, algo em seu corpo dizia que era dia, mas onde estava o sol, a luz?

Com cautela e usando sua magia para encontrar a saída ela se deparou apenas com mais escuridão. Mesmo fora, ainda parecia um breu sem fim, a escuridão cobria o céu. Lançou uma bola de luz contra o que ela imaginou ser o céu e não acreditou no que viu. Não eram nuvens que cobriam o céu, era  fumaça, uma fumaça densa e mal cheirosa, o cheiro eram de penas queimadas, mas onde?

Malévola tentou levantar vôo, mas sentiu seu corpo fraquejar ao perceber que o peso das suas asas não estavam mais ali. Elas não estavam onde pertenciam, não estavam em suas costas. Desesperada a fada girou em seus pés e caiu perdendo o equilíbrio. O líquido expresso no chão encharcou suas roupas e molhou suas mãos. Mesmo sentindo nojo a fada usou sua magia para colocar fogo em uma parte da palha de seu ninho e somente a chama conseguiu iluminar a escuridão.

O grito de dor, da dor que ela sentiu não conseguiu ser parado nem mesmo pelas lágrimas que se acumularam em seus olhos.  Aurora jazia morta, o sangue da princesa era o líquido espesso que havia encharcado a fada. Ao lado dela um bebê, e ao lado deste Phillip. Faltava alguém ali, se eram suas pessoas mais importantes mortas, porque Diaval não estava alí?

- Porque eu os matei. - Malévola olhou para cima e viu o homem-corvo banhado em sangue, o sorriso cruel desenhado no rosto, cortes nas bochechas alongavam ainda mais o sorriso sádico e a marca mais intensa, os olhos amarelos.

(...)

- Mãe? - a fada enfim abriu os olhos verdes, abraçou Aurora assim que reconheceu a menina. Nem se deu conta de que estava chorando.

- Você, está viva e está aqui. - Malévola abraçava a menina com urgência.

- Você está bem? - Aurora sentiu os olhos se inundando. Nunca viu Malévola tão vulnerável.

- Sim estou, só estava conferindo uma coisa. - a fada respirou fundo antes de soltar a princesa. Era o segundo dia seguido que tinha um pesadelo estranho. Precisava falar com Nazca, não estava bem. Aparentemente ter o coração partido por Diaval estava deixando a fada mais abalada do que ela realmente aparentava estar.

Malévola sempre foi muito boa em esconder seus sentimentos, mesmo quando foi ferida por Stephen escondeu sua dor atrás do ódio e quase arruinou a própria vida, e agora estava repetindo, só que escondendo sua dor atrás de um medo?
Aurora ainda estava ajoelhada próxima a mãe, o rosto vermelho da menina não escondia o choro recente. Malévola era um ser mágico, então podia facilmente disfarçar o que bem entendesse.

- Vá acordar Phillip, já deve ser quase sete e se ele quiser visitar seus guardas antes do café da manhã, esse é certamente o melhor momento para partir. - Malévola dispensou a de olhos azuis em um tom gentil.

- Bom dia. - Diaval foi quem disse, parecia especialmente alegre esta manhã.

- Bom dia padrinho. - Aurora abraçou brevemente o homem-corvo e depois se foi para acordar o príncipe.

- Bom dia Diaval. - Malévola arriscou. Sem demonstrar nenhum sentimento, a fada foi surpreendida com um sorriso alegre por parte do amigo.

Malévola - Era Sombria Onde histórias criam vida. Descubra agora