A Anciã e a Origem de Poder

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Diaval não apareceu mais depois do ocorrido no café da manhã, Malévola estava disposta a ir atrás dele e conversar, mas sentiu novamente aquele medo e o frio em sua espinha, e então decidiu que falaria com o corvo a  noite em seu ninho. Por agora precisava falar com a anciã, e o mais rápido possível.
Levantou vôo graciosamente agitando suas asas, sem saber que estava sendo observada de longe por algo muito maior do que Diaval, algo que nem mesmo o corvo podia controlar. Algo que talvez nem ela poderia deter.

(...)

Malévola sentiu uma tensão em seu corpo quando chegou ao templo onde Nazca ficava. Escutou um cochicho vindo de dentro da cortina de folhas que descia de um dos troncos da grande árvore e aguardou.
Udo foi quem saiu de trás da cortina de folhas. Parecia um pouco abalado, mas nada que levantasse nenhum tipo de alarde. Nazca quase se surpreendeu ao ver Malévola ali, mas era como se ela já soubesse que a fada viria.

- Malévola. - Udo a cumprimentou com um meio sorriso e saiu voando.

Malévola contou a velha fada a sua motivação para estar ali. Contou sobre a agitação noturna do homem-corvo e Nazca já não conseguiu disfarçar a sua preocupação. Mesmo com a tensão exalando da anciã, ela ainda conseguiu sorrir e segurando entre as mão o rosto da fada ela olhou em seus olhos, sem medo e sem restrições, com uma coragem que apenas Diaval e Aurora pareciam ter.

- Você se parece muito com sua mãe. - Malévola sentiu seu coração pulsar forte no peito.

Nunca ninguém havia citado seus pais. Ela sequer se lembrava deles. A anciã se levantou e voltou depois de uns minutos com uma xícara em cada mão. Se sentou no chão, colocou uma das xícaras ao lado da outra fada e sorriu acolhedora. O tapete verde que a grama fazia era confortável, Malévola podia sentir as vibrações da natureza sentada ali. Ela se sentou de pernas cruzadas e exitou até receber uma ordem de Nazca para beber o líquido da xícara. Que começasse a sua história.

- Você sente, filha da Fênix? - Nazca perguntou posicionando um pequeno potinho redondo de argila, cheio de areia amarela entre elas no chão. - Sente o vento que vem do Norte? - Malévola sentiu de novo um arrepio estranho e afirmou. - Tem algo nesse vento, algo grande, algo mágico. Algo... como você. - a velha falou olhando para o céu. - Está na hora de conhecer a sua história, a história da sua origem. - de repente uma nuvem grossa e escura cobriu o sol escurecendo todo o templo, Malévola se ajeitou no seu lugar olhando o nada com um pouco de medo? Ela achou que era a única que fazia mágica, aparentemente ela estava errada.

Viu a mão da velha fada tremer levemente, ela estava com medo? Certamente estava, Nazca apenas apertou o pano de seu vestido firmando as mãos para evitar tremer.

- Precisamos fazer isso? - Malévola perguntou apreensiva  olhando a anciã, e se surpreendeu quando percebeu que ela estava olhando para si. Fixamente!
- Não precisamos, mas suponho que você deseja ver. - a anciã respondeu.
- Sim. Mas tenho... Eu temo que algo de ruim aconteça. - ela se permitiu ser sincera, já que a anciã não podia ouvir seus temores.
- Nada vai acontecer. - Nazca colocou as mãos da outra entre as suas e apertou levemente enquanto uma areia dourada circulava as mãos unidas. A fada fechou os olhos assim como a anciã havia feito. A apreensão apertando seu coração no peito.

Quando a anciã soltou as suas mãos Malévola olhou para o seu redor e então ela se sentiu ser puxada para outro lugar, outro planeta ela diria, se não fosse a pequena Malévola que ela viu sentada entre uma outra fada e um fada muito parecidos com ela mesma, ela certamente acreditaria que estava em outro planeta se não tivesse sentido seu coração pulsar forte e quente. Ela sabia exatamente quem eram aquelas fadas, era como se uma onda de memórias fosse enfim desbloqueada em sua cabeça.

- Pai? Mãe? - ela enfim olhou para si mesma, se viu transparente, suas pernas eram fumaça e aparentemente as pessoas alí não podiam vê-la. Mas isso não impediu a fada de embaralhar sua cabeça num misto de sensações. Eram seus pais. Seus pais de verdade.

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É hora da fada mais linda do universo conhecer a morte dos seus pais. Conhecer a sua origem.

Vai ser boa? Vai ser ruim? Feliz?

Comentem e curtam pra fortalecer a gang, ou eu mesmo.

Até a próxima!

❤️

Malévola - Era Sombria Onde histórias criam vida. Descubra agora