Uma Viagem Longa

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Não se passaram mais do que dois dias em Ulstead e Aurora já se sentia totalmente diferente. A presença da família Summers e principalmente a companhia de Elisabeth faziam os seus dias menos solitários. As gêmeas gastavam mais tempo no castelo na companhia da irmã e da rainha. Afinal, eram meninas pequenas e logo menos começariam a estudar, o rei John se mostrou mais animado também, talvez aquele castelo realmente estivesse precisando de mais humanos.

No horário em que o almoço seria servido Aurora foi surpreendida por Elisabeth, que juntamente com dois guardas anunciaram a presença de uma fada. Aurora sentiu a agitação em seu peito, poderia ser Malévola, mas se realmente fosse a mãe, teriam anunciado pelo nome.
Acompanhada por Liz, ambas as mulheres e os dois guardas saíram no jardim, Aurora temeu pela cara nada amigável da fada, que as notícias fossem ruins.

- Bom dia. - Aurora cumprimentou simpática. Mesmo assim a cara fechada da fada não mudou.

- Bom dia princesa. - Shrike pousou no solo sem baixar a guarda devido aos guardas presentes.

- Deduzirei que traz notícias. - Aurora estava agitada demais para enrolar. Precisava saber o motivo de aquela fada estar em seu jardim.

- Haverá uma festa de boas vindas, na ilha sagrada. - Shrike anunciou sem delongas. - A anciã me enviou para levá-la até a ilha, para que junto a Malévola e Diaval a princesa possa participar da celebração.

- Mas... Eu... - Aurora estava pasma. Era a melhor e mais assustadora notícia que receberá desde de que seu padrinho havia desaparecido. Na verdade era a primeira notícia deles que recebia.

- Se aceitar tens até o fim das três horas para ajeitar uma embarcação e eu os levarei até a ilha, se não é só rejeitar o convite e eu partirei com a resposta. - Shrike não parecia cansada, apenas impaciente.

- Nos levará? Nós quem? - Aurora estava confusa, será que Malévola sabia sobre os Summers ou estava convidando o rei e o príncipe para participarem?

- A senhora, sua criança e seu marido. - Aurora olhou para traz apenas para se certificar de que Amália e Adélia não estavam ali.

- Minha criança? - pensou em Liz, mas Liz não tinha idade para ser uma criança. - Não há criança alguma.

- Humanos. - Shrike pareceu aborrecida por Aurora duvidar das suas capacidades. - Esperarei pela resposta em Moors. Voltarei a uma.

A fada levantou voo fazendo mais poeira do que o necessário. Não gostava muito dos humanos dali. Desde o que fizeram ao seu povo ainda restava certo rancor no coração dela. Afinal ninguém é de ferro, muito menos as fadas.

(...)

Phillip estava confuso com a novidade. Estavam sendo intimados a uma festa na ilha sagrada da grande ex fada madrinha má. Aurora estava tão impactada quanto o próprio príncipe, mas mesmo assim ainda havia ocultado a "criança" citada pela fada. Liz havia concordado com a decisão de sua ama, mesmo achando que Aurora deveria contar.

- Nós iremos. - rei John foi o primeiro a se decidir. - Vocês irão. Eu permanecerei para cuidar do castelo, e dos habitantes de Ulstead. Mas vocês dois irão. - a voz do rei era dócil, mas não ocultava o tom de ordem.

- Você tem certeza pai? - Phillip se aproximou do mais velho.

- Absoluta. - ele foi incisivo. - Malévola é a mãe de Aurora. Faz mais do que oito meses, se minhas contas não estiverem erradas, que elas não se vêem. Se ela quer fazer uma festa e convida vocês, vocês devem ir.

Aurora sentiu uma alegria incomum. John era o rei que ela com certeza queria que Phillip se tornasse. Bondoso e inteligente. Não que seu príncipe já não fosse essas coisas, mas ele ainda tinha muito que aprender.

- Eu, Elisabeth e todos os Summers ainda estaremos aqui quando voltarem. - John se levantou e abraçou brevemente a  nora. Aurora sentiu-se mal por não contar a ele sobre a criança. Mas ela nem sabia se era verdade.

- E nós voltaremos o mais rápido possível. - Phillip garantiu saindo depois de beijar a esposa, para preparar a navegação para ele, seis guardas e Aurora. Não que ele temesse Malévola ou as outras fadas. Mas sim porque ele era o futuro rei, e seu pai jamais permitiria que ele velejasse sozinho. Até porque não poderia afirmar se o convite era real. Poderia muito bem ser um grupo de fadas insatisfeitas com a aliança entre os humanos afim de se vingar. Mas por sorte não era.

(...)

Era como se a fada pudesse se comunicar com as águas, Shrike voava a frente, e sem que ninguém precisasse se preocupar demais com a navegação, o barco seguia a grande fada. Aurora podia sentir a magia por toda parte, e Phillip descobriu que ainda tinha um pequeno problema com longas viagens. Mesmo sentindo a refeição subindo e descendo em sua garganta o príncipe não deixou de ficar admirado. Arriscaria dizer que nunca tinha visto aquela parte do oceano, era como se fosse um caminho secreto.

(...)

Eram quatro horas ou um pouco mais quando o barco atolou em alguma coisa, o excesso de neblina não permitia ao navegador ver o que era, mas a parada foi tão suave que se não fosse por Shrike que parou de voar, nenhum tripulante teria notado.

- Bem-vindos a ilha sagrada dos filhos das trevas. - uma fada enorme surgiu do meio da neblina, era velha, mas a voz era vibrante. - Sou Nazca a anciã. Pedirei a todos que deixem as armas no barco, eu mesma posso garantir sua segurança.

- Deixem as armas. - a ordem veio do príncipe, mesmo contra a vontade, os outros seis a bordo deixaram as armas no chão do convés.

- Acompanhem me por gentileza. - Aurora olhou para o céu para verificar se Shrike estava ainda lá, mas ela já havia desaparecido.

- Não podemos ver muito bem com toda essa neblina. - um dos seis guardas reclamou.

- Não será mais um problema. - Nazca abriu as grandes asas, e com uma batida só espantou toda neblina do caminho, mesmo que ao redor ainda houvesse uma nuvem espessa de neblina.

Nazca estava contente. Mesmo os burburinhos dos homens que acompanhavam o príncipe e a princesa não conseguiam apagar sua alegria. Malévola ficaria feliz ao ver a filha alí. Com certeza ficaria, era o que a anciã esperava.

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E aí galerinha do mal. Tudo bom com vcs. Então hein, agora vai esquentar.

Malévola tá abalada e ferida porque Diaval foi um belo de um bostinha com ela, Diaval tá perdendo o controle do próprio corpo e agora Aurora (aparentemente grávida) está perto demais do terrível Gilic.

Bom vocês acham que vai dar merda?

Deixe um comentário e aquela curtida, pra animar a escritora aqui.

Até a próxima!

♥️

Malévola - Era Sombria Onde histórias criam vida. Descubra agora