Cheguei no trabalho, adentrei a grande loja, cumprimentei os funcionários e subi pra sala do meu chefe, na esperança de que eu consiga esse emprego pro meu irmão.
Humberto: Boa tarde minha gerente, como está? - perguntou animado
Ana: Boa tarde senhor, estou bem, na medida do possível. E você? - respondi simpática
Humberto: Estou bem. Mas me diga o que te traz aqui?
Ana: Bom, é que eu estou com alguns problemas em casa, e gostaria de saber se o senhor poderia me ajudar.
Humberto: Me fale do que se trata e eu vou ver o que posso fazer.
Contei a história pra ele, que me olhava surpreso e escutava tudo atentamente. Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que tenho um bom relacionamento com meu chefe. Desde que comecei aqui, a quatro anos atrás, ele sempre foi muito atencioso comigo. Tenho ele como um segundo pai e ele me trata como se fosse filha dele, mas claro, sem perder a formalidade do trabalho.
Humberto: Olha Bia, você me desculpa, mas essa atitude do seu pai não tem nenhum tipo de justificativa e muito menos cabimento. Eu sinto muito por vocês estarem passando por isso. Não tenha dúvidas de que irei sim ajudar vocês. Faça o seguinte, me entregue o currículo do seu irmão e peça pra que ele venha aqui amanhã pela amanhã. Quero conversar com ele e entrevistá-lo.
Ana: Nossa, eu não sei nem como agradecer, muito obrigada chefe.
Humberto: Não vou dizer pra você que irei contratá-lo, mas pelo menos a entrevista já está garantida.
Ana: Obrigada mais uma fez doutor Humberto
Humberto: Não precisa agradecer. Contem comigo pro que precisarem.
Me despedi dele e sai da sala, ligando pro Thomas em seguida.
Ligação on:
Gustavo: Oi maninha
Ana: Oi Guh, tô passando pra te dar uma notícia
Gustavo: Pode falar
Ana: Então, consegui uma entrevista de emprego pra você com meu chefe
Gustavo: Sério? Nossa, não pensei que seria tão rápido
Ana: Meu chefe é um amor, mas quer você aqui amanhã pela manhã
Gustavo: Estarei aí sem falta, obrigado meu amor. Eu te amo muito
Ana: Não precisa agradecer maninho, também te amo
Ligação off;
Guardei o celular no bolso e fui para o balcão do caixa. O movimento estava fraco, o que fez Thomas e Luiza virem até onde eu estava.
Thomas: Tá tudo bem amiga?
Ana: Tá sim, quer dizer, mais ou menos.
Luiza: Vimos você indo pra sala do chefe, ficamos preocupados
Ana: Ah, é que aconteceram algumas coisas... - contei tudo pra eles - e é isso, agora é torcer pra que dê certo
Thomas: Nossa, mas teu pai teve coragem de fazer isso?
Ana: Infelizmente sim migo.
Luiza: Não sei nem o que dizer
Ana: Não precisam dizer nada. Mas torçam pra que dê certo e que meu irmão consiga o emprego
Thomas: Vai dar certo, não se preocupe
Ana: Tomara viu
Luiza: Mas olha, conta com a gente pro que precisar, tá? Estamos aqui contigo
Ana: Obrigada, vocês são incríveis.
Dei um abraço em cada um e depois cada um voltou ao trabalho. O resto da tarde seguiu tranquila. Ao término do expediente, Thomas e Luiza me ajudaram a fechar a loja.
Thomas: Miga, sem querer abusar, mas róla uma carona hoje?
Ana: Claro né Thomas. Vamos, eu deixo vocês em casa, só vou passar no posto pra abastecer antes
Luiza: Então deixa que a gente paga a gasolina, é o mínimo
Ana: Ok, vou aceitar
E assim seguimos em direção ao posto
Thomas: Aí, sabe o que a gente podia fazer esse fim de semana?
Luiza: O que?
Thomas: Uma noite do pijama. Eu, você, a Ana e o Gustavo
Ana: Eu super topo
Luiza: Eu também. E podia ser na minha casa, já que eu moro sozinha
Thomas: Fechou então, que venha o fim de semana
Ana: Só vem
Deixei o Thomas em casa e depois fui em direção a da Luiza deixá-la também. Em seguida, passei em um mercado e comprei algumas besteira pra comer assistindo filme com o Gustavo. Decidi ter uma noite de irmãos com ele hoje, já que as coisas não estão fáceis lá em casa.
Chegue em casa, guardei o carro e adentrei a mesma. Gustavo estava na cozinha ajudando minha mãe com o jantar, como não vi o carro do meu pai na garagem, presumi que ele não havia chegado.
Ana: Boa noite meus amores - falei animada adentrado a cozinha
Gustavo: Boa noite amor da minha vida - me deu um abraço
Mãe: Boa noite filha - me deu um beijo na testa
Gustavo: O que são essas sacolas?
Ana: Besteira. Decidi que vamos ter uma noite de irmãos hoje e comprei várias coisas pra gente comer
Gustavo: Amei a ideia
Mãe: Mas só depois do jantar, né?
Ana: Sim, mãe
Mãe: Meninos, eu gostaria de pedir pra que vocês não fiquem com raiva do pai de vocês.
Ana: Como não mãe? Você presenciou o que ele fez e sem nenhum tipo de necessidade. Foi ridículo da parte dele, nem sequer fez conta do presente que eu comprei pra ele e muito menos pediu desculpas ao Gustavo.
Gustavo: E nem vai - completou
Mãe: Eu sei meus amores, mas é que...
Ana: Nem começa mãe - interrompi - eu sei que você vai ficar do lado dele, então é melhor encerrar esse assunto pra evitar brigas e estragar o jantar.
Gustavo: Só pensa bem antes de defender ele tá mãe. Eu sei que no fundo você sabe que ele foi o errado da história.
Depois disso, trocamos de assunto e começamos a falar de coisas aleatórias. Colocamos a mesa e jantamos em meio a conversas. Depois ajudamos nossa mãe com a louça e subimos pro quarto. Chamamos nossa mãe pra ir com a gente, mas ela recusou, dizendo que ia esperar o papai chegar. E então eu e o Guh seguimos com a noite dos irmãos, assistimos dois filmes e comemos muitas besteiras. Quando deu 23:00 eu fui dormir, pois no outro dia teria que encarar minha rotina novamente e o Guh tinha uma entrevista de emprego.
Se tem uma coisa que eu amo, é o relacionamento do Gustavo com a Beatriz. Ele é o irmão que eu amaria ter.
Tô torcendo muito pra que ele seja aceito nesse emprego
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O sabor da liberdade
Teen FictionSinopse: Essa não é uma história fácil de ser contada, mas se faz necessária. Sei que, como eu, muitos se questionam com relação a sua sexualidade, principalmente quando você convive com família e amigos super religiosos e em um ambiente familiar co...