Quatro

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Passei aquela tarde encolhida na enorme cama.

Como seria minha vida daqui pra frente?

O que esses homens poderiam fazer comigo?

Essas perguntas insistiam em rondar meus pensamentos, eu estava com medo do que poderia acontecer comigo.

Quando notei que o horário de estar "pronta" estava chegando, tratei de tomar um banho rápido.
Assim que saí, uma mulher com a aparência de vinte e oito anos estava sentada na cama com uma espécie de maleta em mãos.

—Olá jovem... Sou a Rosa, empregada dos senhores desta casa —sorriu com gentileza e me convidou para sentar ao seu lado.

Me sentei ao seu lado ainda enrolada na toalha, e a observei mais de perto.
Ela era linda, possuía olhos cor de mel e lábios carnudos.

—Você não gosta muito de falar? —a moça a minha frente pergunta.

—Só estou um pouco assustada, apenas isso... —passei a mão pela maleta —O que tem aqui dentro?

—Maquiagem! O senhor Beauchamp me pediu que a arrumasse... —ela disse mantendo um sorriso em seu lindo rosto.

Confirmei com a cabeça e ela se levantou indo até o guarda-roupa, ao abrir uma das portas, minha boca se abriu em tamanha admiração: vestidos rendados e brilhosos, um mais lindo que o outro, pareciam ser todos de grife.

—Acho que você ira ficar perfeita neste! —Rosa se virou para mim com um vestido marsala em mãos, ele era logo, com uma ousada fenda na coxa e mangas rendadas.

Ela pôs o vestido em minhas mãos e me guiou até o banheiro para que eu me trocasse.

Ao sair vestida fui até um espelho que não sabia da existência até Rosa me apresentar.

—Me sinto tão bonita neste vestido... —comento passando a palma das minhas mãos pelo pano macio.

—Você esta deslumbrante, agora venha, preciso fazer sua maquiagem!—ela me chama fazendo com que eu sente novamente na cama.

Observei Rosa enquanto ela fazia seu trabalho, ela era delicada ao tocar em minha pele, seus olhos refletia ternura, o que me fazem sentir bem.
Não deixei de lado a interrogação que havia em minha mente e tomei coragem para pergunta-la

—Para onde estou indo Rosa? —perguntei encarando seus olhos.

—Você está indo conhecer suas colegas... —sua fala não foi muito animada, percebi a preocupação em seu rosto.

—Existem outras garotas aqui? —insisti na dúvida.

—Não querida, eles querem te levar para um jantar de comercialização, para lhe venderem—a essa altura a tristeza era presente em seu olhar

Eu iria ser vendida como um objeto sem valor!

Wrong Target-NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora