Vinte e Seis

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Girei a marcaneta lentamente para adentrar o cômodo, não havia ninguém como planejado.

Você deve estar se perguntando "o seu horário não era as 00:00 Any?"
Sim, era esse horário até Urrea me avisar que assim que Sabina e Josh saíssem era para mim estar em seu quarto, porque segundo ele quanto mais cedo seria melhor.

Caminhei em passos lentos até a cama, estava com lençóis brancos, um branco impecável que até me dava pena sentar nela.
A porta atrás de mim foi aberta e um frio percorreu toda a minha espinha.

- Que bom que não resolveu dar uma de espertinha de novo -Noah disse assim que fechou a porta.

Me virei com o pior olhar de desprezo que eu poderia dar, adimito que ensaiei um pouco em frente ao espelho para que aquilo transparece bem o meu sentimento.
Mas Noah não fez nada além de me ignorar, ele retirou o seu sobretudo e abriu alguns botões da camisa social, com as duas mãos penteou o cabelo para trás e suspirou.

Confesso que senti meu corpo arder levemente perante aquela cena, Noah era um homem realmente bonito, tinha seu rosto maravilhosamente escupido e graças ao fino pano de sua camisa pude visualizar as linhas que seu abdômen formava.

Parei de observa-lo quando ele caminhou até mim, eu tentava olhar para qualquer coisa daquele quarto, menos para seus olhos penetrantes.

- Noah por favor não faça isso...- pedi quando senti seu perfume másculo em minhas narinas.

- Primeiramente, Senhor Noah para você e segundamente não posso tocar em você - ele disse calmo.

Olhei rapidamente para ele em busca de algo que explicasse o que acabara de dizer.

- Você não pode tocar em mim? - perguntei.

- Não...- ele suspirou e se sentou na cama.

- Mas...porque me pediu para vir aqui então? - perguntei mais uma vez incrédula.

Ele não respondeu, sorriu de canto e se levantou da cama, foi até seu grande armário e retirou um livro de lá.

- Gosta de romance? - ele perguntou folheando o livro em suas mãos.

- Sim - respondi o observando.

- Pode ler este se quiser... - ele me estendeu o livro.

Sua capa era verde, um verde escuro, não tinha título, era como um livro velho que com o tempo perdeu sua marca.

- Porque está me dando isso? - peguei o livro de suas mãos.

Ele colocou as duas mãos dentro dos bolsos e voltou a ficar próximo ao meu corpo.
Seu olhar era profundo e indecifrável,  o que ele estaria pensando quando me olhou de tal forma?

- Você disse que a morte seria melhor do que viver em minha casa, concluí que não gostasse dessa realidade, como não posso lhe deixar sair optei por livros! - ele sorriu de canto - Pode viajar para onde quiser através da imaginação...

As palavras simplesmente evaporaram de minha boca, eu não tinha o que responder e nem mesmo não sabia como reagir, ele guardou as palavras que nem eu mesma me lembrava de ter as dito.
Meu corpo se arrepiou da cabeça aos pés.

- Eu...-comecei a dizer.

- Não quero que diga nada, o que aconteceu hoje dentro deste quarto fica neste quarto -ele disse frio.

Sua postura parecia ter voltado, aquela onde ele não se importa com nada nem ninguém.

- Vou pedir para que tragam o vinho...- ele disse saindo do quarto.

Hihi
E aí? Gostaram do cap?
^_^

Wrong Target-NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora